Após se recusar a cumprir a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear X no Brasil, a Starlink, operadora de acesso à internet, informou, nesta terça-feira (3/9), que cumprirá a Determinação da Justiça de suspender o acesso de seus usuários à plataforma.
O anúncio foi feito no próprio X da empresa. A Starlink classificou a ordem do STF como ilegal e disse que solicitará o desbloqueio de seus ativos.
“A equipe da Starlink está fazendo todo o possível para mantê-los conectados. Após a decisão do @alexandre que bloqueou os ativos da Starlink e impede a empresa de realizar transações financeiras no Brasil, iniciamos imediatamente um processo judicial no STF explicando a grande ilegalidade da determinação e pedindo ao Tribunal para desbloquear nossos ativos”, diz o texto publicado em inglês.
As contas da Starlink foram bloqueadas por ordem de Moraes para garantir o pagamento das multas aplicadas a X – que somam mais de R$ 18 milhões. O juiz considerou que as duas empresas fazem parte do mesmo grupo económico, liderado pelo bilionário Elon Musk.
A empresa oferece conexão à internet via satélite e possui 224.458 acessos de banda larga fixa, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Apesar de pertencer ao bilionário, é apenas a 16ª maior operadora do setor no mercado brasileiro, e tem apenas 0,5% de participação na área, muito atrás de gigantes do setor, como Claro (20,4%), Vivo ( 14,2%) e Oi Fibra (9,3%).
Bloco X
Na tarde desta segunda-feira, a Primeira Turma do STF decidiu manter a decisão de Moraes de bloquear a plataforma. Os conselheiros também seguiram o entendimento do relator de manter a aplicação da multa de R$ 50 mil para pessoas e empresas que utilizem rede privada, como VPN, ou outros “subterfúgios tecnológicos” para acessar a rede durante o período de bloqueio.
A decisão é válida até que X cumpra as decisões judiciais, pague as multas impostas e nomeie um representante legal no Brasil. Desde o início do ano, Elon Musk descumpriu ordens do Supremo para bloquear perfis de pessoas investigadas pela Justiça, acusadas de atos antidemocráticos e de ataques às instituições brasileiras. O empresário também fechou o escritório da empresa no Brasil e não designou representante legal para representar a empresa no país.
Ao determinar o bloqueio da rede social, Moraes destacou o “descumprimento reiterado, consciente e voluntário de ordens judiciais e descumprimento das multas diárias aplicadas, além da tentativa de não submissão ao ordenamento jurídico e ao Judiciário brasileiro, estabelecer um ambiente de total impunidade e “terra sem lei” nas redes sociais brasileiras, inclusive durante as eleições municipais de 2024.”
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