O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou ontem o prazo para a Controladoria-Geral da União apresentar o relatório sobre as 10 cidades brasileiras que mais receberam emendas parlamentares por habitante entre 2020 e 2023. A CGU solicitou mais 72 horas para conclusão da análise técnica dos municípios.
Na decisão que concedeu a prorrogação do prazo, o juiz afirmou que continuam a existir “obstáculos ao cumprimento integral da decisão” que considerou inconstitucional o chamado Orçamento Secreto. Dino destacou que isso se deve à falta de identificação dos parlamentares que indicaram alterações do relator e da comissão.
O pedido de prorrogação foi protocolado pela Advocacia-Geral da União (AGU) no processo em que o Orçamento Secreto foi considerado inconstitucional. A CGU analisa os dados dos municípios que receberam o maior volume de emendas parlamentares por habitante entre 2020 e 2023, e deve responder às seguintes questões: 1) qual foi a tramitação dessas emendas nos executivos federal e municipal? 2) em que estágio estão as obras ou ações para as quais foram destinados os recursos da alteração? e 3) quais procedimentos ou regras de rastreabilidade, comparabilidade e publicidade foram utilizados em cada um dos municípios beneficiados? Só neste ano, as emendas da comissão totalizam R$ 15,54 bilhões do Orçamento —mais que o dobro de 2023, quando foram de R$ 6,9 bilhões.
Sobre as alterações das comissões, Dino destacou que os portais de transparência “não informam, contudo, o nome do parlamentar que patrocina a indicação para cada beneficiário específico, mas geralmente atribuem a autoria da alteração do RP 8 a esta ou aquela comissão parlamentar”. O ministro afirmou que a CGU “tem sido diligente, até agora, no cumprimento das determinações deste Supremo” e, por isso, não vê “nenhum prejuízo à duração razoável do processo” na prorrogação.
Mudanças
A Dino estabeleceu regras de rastreabilidade para a transferência de recursos. Conforme decidiu, os valores só poderão ser liberados após os parlamentares inserirem na plataforma governamental informações referentes aos repasses —como plano de trabalho, estimativa de recursos para execução e prazo de execução, além da classificação orçamentária da despesa.
No mês passado, Dino estabeleceu novas medidas para garantir a transparência na implementação das emendas parlamentares. Entre as determinações, a CGU deverá apresentar melhorias no site. Todas as informações disponíveis nos sistemas Executivo e Legislativo devem ser incluídas no sistema.
A partir de 2025, os ministérios terão que utilizar os códigos utilizados pelo Tesouro Nacional para identificar as transferências provenientes de emendas de relator (Código 3140) e emendas de comissão (3130).
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