Seis anos depois e na mesma data em que foi esfaqueado enquanto fazia campanha para presidente, Jair Bolsonaro esteve ontem em Juiz de Fora (MG) para apoiar a candidatura de Carlos Evangelista à prefeitura da cidade. No entanto, aproveitou para convocar militantes para a manifestação de hoje, na Avenida Paulista, em São Paulo, quando promete mais numa rodada de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes —a quem acusa de perseguir ele.
“Não iremos lá celebrar a Independência, porque não existe país independente e o seu povo sem liberdade. Vamos desafiar o sistema que comecei a abrir há exactamente seis anos. Vamos amanhã (hoje), em Paulista, dizer que aquele ministro do Supremo Tribunal Federal não presta mais. Ele não tem sensibilidade, não tem ideia. Ele age como um obcecado em me perseguir”, afirmou, deixando claro que pressionará pelo impeachment do magistrado.
A manifestação bolsonarista deste 7 de setembro, organizada mais uma vez pelo pastor Silas Malafaia, é convocada há semanas nas redes sociais. É esperada a presença do candidato do MDB a prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes —que está praticamente empatado numericamente com Pablo Marçal, de Bolsonaro, segundo a mais recente pesquisa de intenção de voto. A presença do influenciador também era esperada, mas ele viajou para El Salvador para tentar se encontrar com o presidente Nayib Bukele.
Em um dos vídeos da teleconferência, o ex-presidente convoca seus apoiadores para “um grande ato em defesa da nossa democracia e da nossa liberdade para dar uma mensagem ao Brasil e ao mundo”. Bolsonaro diz que é um movimento apartidário e que pedirá anistia aos presos políticos —como classificam os bolsonaristas os que foram presos, por ordem do STF, pela depredação da sede dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, 2023. Ele diz que o evento na Paulista é “um ato patriótico”.
No mesmo vídeo, ele desencoraja outros municípios a realizarem movimentos semelhantes e orienta os apoiadores que não podem ir a “ficar em casa com a família e não participar de nenhum movimento organizado pelo governo federal”.
Auto-elogio
No comício em Juiz de Fora também houve espaço para fazer um balanço de seu governo com seus apoiadores. “Ouso dizer que não errei em nenhuma das minhas observações sobre a pandemia, não obriguei ninguém a se vacinar. É algo que até hoje não tem comprovação científica”, afirmou.
Bolsonaro também demonstrou sua convicção no retorno de Donald Trump à Casa Branca, nas eleições presidenciais americanas, em 5 de novembro. “Acreditamos que, para as eleições de novembro nos Estados Unidos, o líder direitista e conservador Donald Trump regressará ao poder”, notou.
O ex-presidente estava acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, da vice-governadora do Distrito Federal Celina Leão, de seu filho 01, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), entre outros.
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