O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou o relatório sobre a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSol-RJ). A votação ocorreu após uma hora de discussão no Plenário 13. Antes, Glauber declarou que continuaria na briga política, “denunciando abusos como esse”. Com cartazes “Glauber Fica”, dezenas de pessoas se reuniram na sessão em defesa do parlamentar.
O relatório é de autoria de Paulo Magalhães (PSD-BA), que esteve presente e se pronunciou a favor da continuidade do processo, e foi aberto em abril deste ano depois que Glauber agrediu fisicamente o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), e expulsou ele da Câmara. O episódio ocorreu em abril deste ano e teve a Representação 24/05 movida pelo partido Novo, pedindo a cassação do mandato do deputado.
O deputado Luiz Lima (PL-RJ) disse, contrariando a orientação de seu partido, que não concordou com a ação movida contra o deputado por se tratar de um ato extremo.
“É claro que houve um desvio de conduta, não podemos agir assim. Sou a favor da punição, mas a cassação é um ponto extremo. Sou a favor de punir o deputado Glauber, assim como seria a qualquer outro deputado, seja de esquerda ou de direita, que agiu da forma como agiu na Câmara dos Deputados”, acrescentou, afirmando que também foi a favor da admissibilidade.
O nome do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), foi citado diversas vezes ao longo da sessão, apontado como o responsável por articular o pedido de impeachment. Estiveram presentes no Plenário Alexandre Leite (União-SP), Chico Alencar (PSol-RJ), Kim Kataguiri (União-SP) e o deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), que presidiu a sessão.
Durante o ataque, o ativista do MBL Gabriel Costenado vinha provocando o parlamentar com insultos. A deputada exultou quando a ativista agrediu a mãe, ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ), acusando-a de ser “corrupta”. Sobre o ocorrido, Glauber declarou: “Não tenho orgulho do que fiz, mas não me arrependo”. Costenaro atualmente faz campanha política na cidade do Rio de Janeiro pelo Novo, partido autor da Representação contra Glauco.
O documento final da decisão será entregue hoje a Glauber. Após essa etapa, o processo pode levar até 50 dias. O próximo passo será o deputado entregar a defesa em até 10 dias. O parlamentar precisará então reunir provas e até 8 testemunhas para argumentar a seu favor.
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