A bofetada que José Luiz Datena (PSDB) deu em Pablo Marçal (PRTB), no debate da TV Cultura entre os candidatos a prefeito de São Paulo, na noite de domingo, levou o Tribunal Superior Eleitoral a apressar uma reunião com os tribunais regionais eleitorais ( TREs), que foi agendado, para tentar coibir episódios de violência na campanha municipal. O TSE tem coletado relatos de confrontos entre candidatos a prefeituras e câmaras de vereadores, alguns envolvendo até agressões armadas —como aconteceu, também no domingo, no comício do candidato petista a prefeito de Bagé (RS), Luiz Fernando Mainardi, que a bala foi dispersada.
Em Belo Horizonte, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, destacou que a violência no período eleitoral brasileiro é histórica, mas se intensificou. “Temos visto cenas e cenários de agressão, de falta de comunicação. Mas isto tudo depende de nós, somos nós que fazemos com que haja mais ou menos democracia nos nossos espaços. Nós construímos isto”, lamentou.
Cármen destacou que organizar eleições municipais exige mais esforço e atenção do que eleições gerais. “São eleições difíceis. Espero que estes próximos 20 dias sejam completamente diferentes. No Brasil, até 2018, e principalmente até 2022, a ministra Sepúlveda Pertence disse: ‘As eleições gerais são um passeio no parque, o problema são as eleições municipais ‘”, comentou. A reunião entre o TSE e os TREs não tem data marcada, mas está prevista para acontecer ainda esta semana.
Sobre a cadeira de Datena em Marçal, a Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para apurar a agressão. Uma ocorrência foi registrada no 78º Distrito Policial da capital paulista e o inquérito vai apurar os crimes de lesões corporais e lesões corporais —que teriam sido cometidos pelo candidato do PSDB.
O TRE de São Paulo emitiu comunicado repudiando o ataque a Marçal, no qual destaca que “defende um debate de ideias civilizado, respeitoso e pacífico, para que o eleitorado obtenha as informações necessárias para escolher seus candidatos de forma consciente e responsável”. , contribuindo assim para a consolidação da nossa democracia”. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) também se pronunciou, afirmando que “tomará as medidas cabíveis” para garantir a lisura das eleições municipais, “reprimindo comportamentos que coloquem em causa a democracia, valor tão valorizado por todos os brasileiros. “
As campanhas dos demais candidatos — Guilherme Boulos (PSol), Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) — estudam assinar um pacto para elevar o nível do debate eleitoral. Isso porque, mesmo depois da cadeira, houve episódios de agressões, como entre Boulos e Nunes —que perguntou se o adversário estava “cheirado”.
Provocações
A agressão de Datena a Marçal foi o ápice das provocações que ambos vinham trocando desde a abertura do debate na TV Cultura. Logo no início do programa, ao ser escolhido pelo moderador, o jornalista Leão Serva, para fazer uma pergunta ao influenciador, o candidato do PSDB disse que recusou e criticou o adversário.
Em sua resposta, Marçal cita o verso da música Vida Loka pt.1dos Racionais MC’s, em que é utilizada a gíria “jack” — que significa estuprador no vocabulário carcerário. E emenda relatando o caso em que Datena foi acusado de assédio sexual contra jornalista da Band.
O apresentador rebate afirmando que a denúncia foi retirada e que o MP-SP a arquivou. Acrescentou que o caso custou a vida da sogra, que em consequência do episódio sofreu três ataques cardíacos, o último dos quais foi fatal.
“A acusação que você fez sobre mim não foi investigada porque não havia provas. Foi arquivada pelo Ministério Público. O que você fez comigo hoje foi terrível. Espero que Deus te perdoe. Você me pediu perdão anteontem. Eu te perdoei”, devolveu Datena.
Marçal, porém, continuou na ofensiva e acusou-o de pagar “milhões” pelo silêncio da jornalista alegadamente agredida sexualmente pelo candidato tucano.
“Queremos saber que horas você vai parar. Você já saiu da entrevista chorando. Você, um cara que só fala quando tem um pouquinho de televisão escrevendo aí… que horas o Datena vai parar com essa brincadeira ele está fazendo aqui? Você não respondeu a pergunta. Queremos saber. Você é um idiota. Você passou pelo debate esses dias para me dar um tapa e disse que queria fazer isso.
Nesse momento, Datena assumiu a cadeira em que estava sentada a candidata Marina Helena para atacar Marçal. O debate foi interrompido por aproximadamente oito minutos. O candidato do PSDB foi expulso e o candidato do PRTB, após afirmar que continuaria, alegou que estava com dores por causa da cadeira. E saiu do auditório para ser atendido.
Para o debate de hoje, às 10h30, promovido pela RedeTV!/Uol, além de Boulos, Nunes, Tabata e Helena, Marçal e Datena também confirmaram presença.
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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