O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quarta-feira (18/9) um telefonema do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo o Planalto, os dois líderes conversaram sobre a Cúpula do BRICS, que acontecerá em outubro na Rússia, e sobre a guerra com a Ucrânia.
Putin também ofereceu sua solidariedade ao Brasil pelos incêndios florestais que estão afetando grande parte do país. O Planalto divulgou os temas discutidos na teleconferência, mas não detalhou o conteúdo da conversa.
“Os dois presidentes conversaram sobre o encontro e os temas que serão discutidos na cúpula do BRICS, no próximo mês, em Kazan, e sobre as relações bilaterais entre os dois países. Falaram também sobre a proposta de paz do Brasil e da China para o conflito entre Rússia e Ucrânia”, disse nota divulgada pelo Palácio do Planalto.
O presidente brasileiro tem viagem marcada para a Rússia para participar da Cúpula do BRICS, que acontece entre os dias 22 e 24 de outubro. O bloco é composto atualmente por 10 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Além dos chefes de estado dos países membros, também participarão outros líderes convidados.
Um dos principais temas em debate é a adesão de novos membros ao bloco. A expectativa é que o encontro defina os requisitos que as nações interessadas deverão seguir para serem selecionadas como países parceiros do BRICS, e não membros plenos. Até à data, cerca de 40 nações manifestaram interesse na parceria.
Proposta de paz
Em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, o Brasil se posicionou como possível mediador de paz ao lado da China, e elaborou uma proposta de negociação conjunta. O governo de Putin já admitiu a possibilidade de considerar o plano. No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusa o governo Lula de ser “pró-Rússia” e pede uma postura mais dura por parte do Brasil.
Na segunda-feira (16), ao participar da formatura da nova turma de diplomatas do Itamaraty, Lula defendeu mais uma vez a posição do Brasil pela paz e comentou, sem citar nomes, que os envolvidos no conflito poderiam ter procurado o governo brasileiro antes da guerra irrompe.
“Portanto, é importante que o Brasil não participe da guerra entre Ucrânia e Rússia. Por isso é importante que o Brasil diga que queremos paz, não queremos guerra. Quem quiser falar connosco agora poderia ter falado connosco antes do início da guerra”, afirmou o chefe do Executivo.
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