Na manhã desta segunda-feira (23/9), o candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) esteve presente em audiência na rádio CBN, organizada em parceria com jornais O Globo e Valor Econômicopara responder perguntas sobre sua campanha para as eleições municipais que ocorrerão no dia 6 de outubro. Uma das perguntas dos jornalistas trouxe à tona o episódio envolvendo o adversário José Luiz Datena (PSDB) que, no debate do dia 15 de setembro na TV Cultura, atacou Marçal com uma cadeira. O ex-técnico acusou a mídia de “relativizar” o ocorrido, dizendo que interpretou a cobertura da imprensa como “ele mereceu”. Comparou o tratamento recebido, que, segundo ele, era de culpabilização das vítimas, com o assédio sexual sofrido pelas mulheres.
“O que aconteceu lá: fui agredido, e a maior parte da imprensa relativizou, tipo: ‘Nossa, ele mereceu’. É como se a mulher que usa minissaia merecesse ser assediada sexualmente. , dar permissão ao marido para bater nela, o agressor sempre estará errado”, declarou. O professor Ademar Costa Filho, da Universidade de Brasília (UnB), especialista em direito eleitoral, considera antiética a declaração do candidato. “A falácia de seu argumento está na comparação. A agenda pública e o julgamento público da conduta de um político são uma coisa. Outra coisa é o julgamento criminal de quem comete crime”, explicou Ademar.
Marçal também foi questionado sobre o vídeo que circulou na internet após a cadeira de rodas em que foi levado ao hospital respirando com ajuda de um inalador para receber oxigênio. Durante a audiência, Marçal relembra o depoimento prestado a Folha de S.Pauloquando considerou “patética” a postura de seu orientador por ter postado o vídeo dele dentro da ambulância, e argumenta: “Confirmo quando digo que poderia correr para o hospital. Eu sou um ‘ultra-homem’. Corri 84 quilômetros com um tendão inflamado.”
Declaração semelhante foi feita apenas 3 dias após o ocorrido, e o ex-técnico é questionado sobre esse atraso. O Correspondência entrevistou o especialista em Análise Política Econômica em Prospectiva, Marcelo Alcântara, que explicou que, neste primeiro momento, Marçal utilizou o discurso de vítima para diminuir a tendência à rejeição que sua campanha estava tendo. “Ele usou esse discurso de vítima e fez uma sequência de postagens nas redes sociais na tentativa de se comparar ao candidato presidencial dos EUA, Donald Trump, e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, quando sofreram ataques durante suas campanhas.” Mas a estratégia não teve o mesmo efeito para Marçal.
Segundo análise de Fernando Schuler, doutor em filosofia e mestre em Ciências Políticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marçal é visto como um provocador profissional, o que torna “mais complicada” sua posição de vítima. “Ele claramente provocou a reação. É diferente de ser esfaqueado num comício”, explica Fernando. Sobre as agressões sofridas, o candidato acrescentou: “Datena demonstrou o seu temperamento. Na verdade, vamos colocar inteligência socioemocional nas escolas públicas para não termos esse tipo de gente, imagine governar a cidade.
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