As mulheres representam 57,47% do eleitorado brasileiro, proporção que permanece praticamente no estado de São Paulo (53%) e na capital (52,4%), que vive a disputa mais acirrada dos últimos anos — com três candidatos empatadospela margem de erro das pesquisas, nos primeiros lugares. Porém, quando o assunto diz respeito às políticas que lhes são dirigidas, a preocupação em obter o voto dos eleitores fica restrita a apenas dois candidatos —Tabata Amaral (PSB) e Guilherme Boulos (PSol). Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) ou não apresentam propostas ou diluem-nas em vários dos programas que pretendem implementar.
O programa de campanha dos influenciadores é o que menos espaço dedica às propostas dirigidas a eles. Apesar de ter uma vice-presidente na chapa — a policial militar Antônia de Jesus — e de ter anunciado, ontem, duas mulheres para a secretaria, na única proposta aos cidadãos ele promete: “Vamos investir em exames preventivos, pré-natal e políticas de prevenção da gravidez precoce, do rastreio do HPV, do cancro da mama e do colo do útero e promoveremos cuidados especializados às vítimas de violência doméstica, juntamente com apoio psicológico e políticas de sensibilização pública”. Porém, não está detalhado como isso será feito nem há detalhes sobre o volume de investimentos.
A trajetória de Marçal na atual corrida eleitoral também é marcada por conflitos com o único adversário na disputa — Tabata Amaral. Além de acusá-la de ser a responsável pela morte do pai (mentira que a candidata classificou de “nojenta”) e tentar apelidá-la de “Chatabata”, no debate de segunda-feira, promovido pelo Uol e Folha de S.Pauloo influenciador avançou contra o candidato. Ele disse que “mulheres inteligentes não votam em mulheres” e a chamou de “talarica” – gíria que significa quando uma pessoa age para encerrar o relacionamento amoroso de outra. Nesse caso, Marçal a acusou de ser o pivô do fim do noivado do atual namorado de Tabata, o prefeito do Recife João Campos. A rejeição de Marçal entre o público feminino gira em torno de 53%.
No caso de Nunes, não há propostas específicas para as mulheres — elas aparecem diluídas em programas voltados à saúde; assistência social, direitos humanos e cidadania; pessoas com deficiência; segurança e ordem pública; desenvolvimento económico, trabalho e empreendedorismo; gestão urbana; gestão e modernização institucional.
Boulos, por sua vez, tem uma seção dedicada às mulheres no programa de governo, com cinco propostas. Também são mencionados no tópico “segurança urbana”.
Tabata, por sua vez, foi quem mais pensou nelas no plano de governo: tem uma seção dedicada às mulheres, com 10 propostas. As mulheres também aparecem incluídas em outros temas como saúde; saúde mental; gestão eficiente e redução da burocracia; trabalho, renda e inclusão produtiva (duas vezes).
Voto útil irrita candidato do PSol
A ascensão de Alexandre Ramagem (PL) na disputa à prefeitura do Rio e Janeiro — segundo a mais recente pesquisa Quaest, o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro tem 20% das intenções de voto — acendeu o sinal amarelo na campanha de Eduardo Paes (PSD). ) — ainda confortavelmente na liderança, com 53%. Porém, preocupados com a possibilidade de haver um segundo turno na capital fluminense, lideranças de esquerda agem para desidratar a campanha de Tarcísio Mota (PSol), que tem apenas 6%. E isso causou imenso desconforto entre os aliados ideológicos.
Nomes como o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e as deputadas Jandira Feghali (PCdoB) e Benedita da Silva (PT), propuseram abertamente um voto útil em Paes. A eles se juntou um dos cardeais petistas no Rio de Janeiro, o deputado federal Washington Quaquá, que também iniciou campanha pela reeleição do atual prefeito.
Tarcísio sentiu o golpe do abandono dos aliados. Em vídeo postado nas redes sociais no dia 1º de outubro, ele definiu esse movimento como “ataques coordenados” contra sua campanha. “Paes achava que venceria sem fazer campanha e, agora, apela a um voto absurdamente útil da esquerda no primeiro turno, mas sem assumir nenhum compromisso com o eleitorado progressista”, acusa.
Ao contrário de São Paulo, onde Guilherme Boulos se lançou apoiado pelo Palácio do Planalto e pelo PT nacional, no Rio de Janeiro Tarcísio entrou na corrida eleitoral apesar das correntes de esquerda. Desde o início, o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o atual prefeito, tanto que fez diversas agendas ao seu lado para impulsionar sua candidatura na capital, que é o berço político do clã Bolsonaro. Tarcísio, por sua vez, não desistiu da disputa e considera que a gestão Paes não inclui nenhuma proposta do chamado “campo progressista”.
*Estagiários sob supervisão de Fabio Grecchi
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado