O prefeito Eduardo Paes (PSD) foi reeleito no Rio de Janeiro, com 1.861.856 votos, uma vitória significativa, tanto pela importância da cidade quanto pelos 60,44% dos votos que recebeu. Este resultado representa uma lufada de ar fresco na política nacional. O pior dos mundos seria uma disputa de segundo turno com o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que obteve 30,81% dos votos, um resultado bastante impressionante para um candidato com perfil corporativo, estreante em disputas majoritárias.
Paes liderou a eleição do início ao fim, fruto de sua gestão na capital, legado de gestões anteriores e ampliação de suas alianças. Essa vitória no primeiro turno provavelmente não seria possível se o PT lançasse uma candidata na capital fluminense (Benedita da Silva, por exemplo) ou apoiasse o candidato do PSol, o deputado federal Tarcísio Motta, que obteve 4,2% dos votos , seu pior desempenho. O atual prefeito é potencial candidato a governador do Rio de Janeiro, mas nega essa intenção. Paes já concorreu duas vezes, em 2006 e 2018, mas não foi eleito. O companheiro de chapa é Eduardo Cavaliere, também do PSD.
Sim, houve uma disputa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro no Rio, mas foi muito encoberta, porque Paes evitou a todo custo essa polarização. Pelo contrário, Ramagem fez campanha na aba do chapéu de Bolsonaro, que elegeu seu filho, Carlos (PL), o vereador mais votado da cidade. Bolsonaro se fortaleceu com a atuação de Ramagem, que não pode ser subestimada, e de seus candidatos pela capital, onde elegeu os prefeitos de Belford Roxo, Márcio Canellas (União); de Duque de Caxias, Netinho Reis (MDB); de Mesquita, Marotto (PL); de Nilópolis, Abraãozinho (PL); e São Gonçalo, com a reeleição do Capitão Nelson (PL).
Outro destaque foi a espetacular reeleição do prefeito do Recife, João Campos (PSB), com quase 80% dos votos. Em segundo lugar ficou Gilson Machado (PL), com 14% dos votos. Aos 30 anos, é o atual prefeito mais jovem da história do Recife, além de ser o mais jovem entre as capitais do Brasil. Campos iniciou sua atuação política como militante do PSB. Em 2018, foi eleito deputado federal por Pernambuco, sendo o mais votado do estado, com 460.387 votos. Em 2020, foi eleito prefeito do Recife. Ele é herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos, falecido durante a campanha à Presidência da República, e de Miguel Arraes, seu bisavô.
Segunda rodada
Na tumultuada eleição de São Paulo, maior cidade do país, Pablo Marçal (PRTB) ficou de fora do segundo turno, numa disputa eletrizante, em que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) recuperou a liderança e vai para o segundo turno como favorito, por uma diferença de aproximadamente 30 mil votos: foram 29,48% de votos válidos, 1.801.139; e Guilherme Boulos (PSol), 29,07%, 1.776.127 votos. Marçal obteve 28,14% dos votos válidos (1.719.274).
Destaque para a deputada Tabata Amaral (PSB), que sofreu um ataque especulativo do PT, o chamado voto útil, mas conseguiu manter 9,93% dos votos válidos, o que a torna uma peça importante nas negociações do segundo turno. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) teve 1,84% e Marina Helena (Novo) teve 1,38%. Mesmo com Bolsonaro apoiando Nunes, o segundo turno será um confronto entre Lula, que participou de uma carreata no final da campanha de Boulos, e o governador Tarcísio de Freitas, peça fundamental para evitar um desastre na campanha de Nunes na última semana da campanha. . O apoio de Marçal poderá ser decisivo, mas é difícil avaliar até que ponto seria tóxico.
A disputa pela Prefeitura de São Paulo volta ao curso natural de embates entre os candidatos de esquerda, Boulos, e de centro, Nunes. Se houver um desvio grave entre os eleitores de Marçal e Tabata, as sondagens que dão a vitória a Nunes na segunda volta tenderão a confirmar-se. No entanto, ninguém ganha uma eleição no dia anterior. A diferença entre os dois foi muito pequena e haverá mais paridade de armas, porque o tempo de TV é o mesmo para ambos e o engajamento dos vereadores tende a ser menor, pois já são eleitos.
Outro segundo turno que promete ser eletrizante é o de Belo Horizonte, onde o candidato de Bolsonaro, Bruno Engler (PL), obteve 34,45% dos votos válidos e disputará o prefeito Fuad Noman (PSD), que busca a reeleição e veio em segundo lugar, com 26,45%. Natural de Curitiba, Bruno tem 27 anos e é deputado estadual. Fuad assumiu a Prefeitura após a renúncia do então prefeito, Alexandre Kalil, que deixou o cargo para concorrer ao governo de Minas Gerais. Ainda pode virar o jogo, pois há mais possibilidades de alianças com o terceiro colocado.
Onze prefeitos foram eleitos nas capitais do país no primeiro turno das eleições. Entre eles, dois são do PL, partido de Bolsonaro. O PT, partido de Lula, não teve nenhum candidato vitorioso nas capitais. O partido com maior número de autarcas eleitos entre as capitais neste primeiro turno foi o PSD. A sigla saiu vitoriosa em três cidades: Rio de Janeiro, São Luís e Florianópolis. Além de PL e PSD, também venceram neste primeiro turno: MDB em Macapá e Boa Vista; União Brasil em Salvador e Teresina; PSB em Recife (PE); Republicanos em Vitória.
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