A menos de duas semanas do 2º turno das eleições municipais de 2024, o ex-presidente Jair Bolsonaro organizou uma série de visitas às capitais onde o PL, partido ao qual é filiado, disputa a prefeitura. O candidato Abílio Brunini, de Cuiabá (MT), recebeu ontem sua primeira visita. Hoje é a vez do capitão Alberto Neto, em Manaus (AM), onde o prefeito David Almeida disputa a reeleição.
Aliados veem a figura do ex-presidente como fundamental para garantir um bom resultado nas urnas. O PL consagrou-se como a segunda sigla mais votada no 1º turno (25,25 milhões), ocupando a gestão de 531 prefeituras. Há chances de expansão no 2º turno: candidatos do partido concorrem em nove das 15 capitais que decidirão o futuro dos próximos 4 anos no dia 27 de outubro. E, além dos correligionários, a influência bolsonarista aparece em pelo menos outras quatro cidades.
As próximas visitas de Bolsonaro passarão pelo Pará, Paraíba e Minas Gerais. Ele fecha a agenda, no sábado, com uma moto que contará com a participação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e do senador Cleitinho (Republicanos), para fortalecer a campanha de Bruno Engler em Belo Horizonte.
Em Curitiba, Cristina Graeml vem do Partido das Mulheres Brasileiras, mas emergiu na ala bolsonarista como uma candidata de “direita de raiz” e “anti-sistema”. Ela enfrenta Eduardo Pimentel (PSD), que tem como aliados o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e o governador do Paraná Ratinho Júnior, ambos cumprindo segundo mandato na gestão da cidade e do estado.
A briga entre PSD e PL se fortaleceu após a reeleição de Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, com 60,47%. Ele derrotou o bolsonarista Alexandre Ramagem —que tinha 30,81%.
A maior cidade do país, São Paulo, deve decidir pela reeleição de Ricardo Nunes (MDB), candidato do ex-presidente, ou pela vitória do Psol de Guilherme Boulos, a disputa mais acirrada até agora, com 29,48% contra 29 , 07%, respectivamente.
A sigla do prefeito da capital paulista se fortaleceu em 2024: teve o maior número de votos nas eleições (25,35 milhões) e detém o 2º maior número de prefeituras, com 852, sendo predominante no estado de São Paulo , Minas Gerais, Paraná e Bahia.
Juntos, os seis principais partidos de direita — PSD, MDB, PP, União Brasil, PL e Republicanos — elegeram 4.058 prefeitos em 1º turno, entre os 5.570 municípios brasileiros.
Liderado pelo ex-ministro Gilberto Kassab, o PSD domina a gestão das cidades em número de eleitos no primeiro turno, com 886 prefeituras.
Cenário fragmentado
O resultado favorável aos partidos de direita e, principalmente, ao centro conservador, não garante uma união entre as lideranças políticas desta ala. Pelo contrário, o desejo de protagonismo tem causado divisão entre o próprio Bolsonaro e seus aliados. Após o primeiro turno, o pastor Silas Malafaia, até então ligado ao ex-presidente, acusou-o de fazer “jogo duplo”.
A provocação foi desencadeada pela suposta falta de apoio do ex-presidente à reeleição de Nunes. “Covarde, alheio, que confia nas redes sociais e não quer se comprometer. Fica em cima do muro”, disse, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
O professor Ademar Costa Filho, da Universidade de Brasília (UnB), especialista em direito eleitoral, acredita que os resultados do 1º turno, com ascensão e divisão entre a direita, eram esperados.
“Precisávamos de um ‘marco zero’ de candidaturas. Esse é o nosso maior problema. A distribuição que se pretende proporcional à participação na Câmara dos Deputados nunca colocou os partidos em pé de igualdade. Tempo de TV, com mais dinheiro Então, o que temos é um resultado totalmente esperado”, afirma.
Para o jurista, o cenário político vai além da polarização. “O resultado está ligado ao dinheiro, ao orçamento paralelo. Não é uma crise de esquerda ou de direita, é uma crise de organização partidária, uma crise de diálogo com os eleitores, que sempre foram conservadores”, explica.
“Os responsáveis por essa centralização não estão ocupando cargos. Por exemplo: Kassab e Valdemar Costa Neto não estão ocupando cargos e, portanto, têm mais tempo para se organizar. centro a partir do momento em que o partido não se organiza, perde representação nos municípios e tem dificuldade para ter deputados, o que reduz ainda mais o financiamento, e assim se estabelece um ciclo vicioso”, acrescenta o especialista.
O analista político Marcelo Alcântara destaca que os partidos que mais se beneficiaram com recursos públicos tiveram bons resultados. Para as eleições de 2026, ele afirma que os números podem ajudar a pintar o cenário.
“A eleição municipal tem menos influência na eleição presidencial. Ela ganha outros contornos, outras discussões. Essa eleição traz maior influência para os governos estaduais, sobre como será o quadro partidário no âmbito do Congresso Nacional, principalmente para a Câmara Deputados, porque pode estabelecer eleições para governador e senador. E, nesse sentido, a tendência é que em 2026 tenhamos uma forma mais provável de um Congresso mais de centro-direita do que hoje, em função dos resultados das eleições municipais”. , ele destaca.
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