O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reagiu, nesta quarta-feira (22/5), ao repúdio unânime dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação aos recursos que buscavam a cassação do mandato de Sergio Moro (União-PR). Alcolumbre disse que disse ao ex-juiz, no início do mandato, para não levar em conta o que diziam, pois, segundo ele, “desde o dia em que tomou posse, Moro já estava condenado a perder o mandato eletivo”. .
“A certa altura aqui, como presidente da comissão, eu até falei sobre esse assunto, que, se a gente fosse cuidar dos jornais, dos sites, das revistas, dos artigos, excelência, desde o dia em que tomou posse, ele já estava condenado a perder o mandato eletivo”, comentou o senador.
“Ninguém é obrigado a pensar igual ao outro, e é bom que até discordemos de algumas posições, de convicções, e é por isso que estamos no Parlamento: para falar, debater, discutir, deliberar, quando se trata de um matéria . Mas Vossa Excelência foi ontem, em julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, liderado pelo seu presidente, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do TSE Alexandre de Moraes, absolvido por decisão unânime do TSE. Isso é reflexo do que Vossa Excelência apresentou nos autos e estamos discutindo hoje muitas coisas fora dos autos”, acrescentou o senador.
O presidente da CCJ também reclamou do julgamento da opinião pública, já que, segundo ele, “as pessoas não sabem o que está escrito no processo, as pessoas não fazem parte do processo e as pessoas que fazem parte do processo são vítimas daqueles que muitas vezes nem conhecem a lei, mas sentem que têm o direito de fazer uma postagem sem ter conhecimento dos autos, sem fazer parte do processo e fazem uma postagem absolvendo ou condenando as pessoas que estão em um processo”.
Davi destacou que o entendimento do TSE de não ver provas suficientes para comprovar as acusações feitas pela Federação Brasileira da Esperança —formada por PT, PCdoB e PV— e pelo PL, de abuso de poder econômico, caixa dois e uso indevido de mídia, estão “em defesa da política, porque é a política, a boa política que pode transformar a vida das pessoas”.
“Está tudo bem para quem vota ‘sim’, está tudo bem para quem vota ‘não’. O que você não pode fazer é agredir, você não pode entrar na honra. Estão a atacar a honra das pessoas e não é apenas de um lado, estão a afectar a honra das pessoas de ambos os lados. E você sabe o que está acontecendo conosco? Estamos sendo pressionados a decidir ficar de um lado ou de outro e estamos sendo condenados a ficar no centro”, comentou.
“Esse equilíbrio de palavras seria um sonho se pudéssemos, cada um de nós, exercê-lo, mas o vizinho do lado me pede para ir para um lado ou para outro, ou a pessoa do outro lado me pede para decidir se estou no caminho certo. de um lado ou estou do outro. E para que serve essa palavra ponderação? Construção política. Para que servem as palavras entendimento, equilíbrio institucional, diálogo?”, completou Alcolumbre.
A análise do senador é que o resultado do julgamento foi “legítimo, legal”, e que houve tentativa de “transformá-lo em julgamento político, de forma injusta”. “E temos que acabar com esse papo de julgamento político, esse tempo já passou, e estamos vivendo isso, infelizmente, o tempo todo, o julgamento é legal”, frisou.
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