O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar nesta quinta-feira (17/10) que não considera os gastos com educação e saúde como despesas, mas sim como investimentos. O petista mostra resistência em reduzir despesas nessas áreas enquanto a equipe econômica prepara um pacote de redução de custos.
Lula também reclamou das críticas ao governo pelo aumento dos gastos públicos. Há preocupação com a trajetória das despesas, que prejudicará o quadro fiscal no futuro se não houver ajuste — algo reconhecido pelo Ministério das Finanças.
“Tem gente que fala: ‘ah, mas o Lula está gastando dinheiro à toa, o Lula está gastando com os pobres…’ Fico muito irritado, porque tudo que o governo faz é gasto. Se um banqueiro diz que está construindo um banheiro, é um investimento. Se um banqueiro diz que está consertando a calçada, é um investimento”, comentou o presidente.
“Quero dizer em alto e bom som: para mim educação não é despesa, saúde não é despesa, porque vejam quanto custa um doente ao país. Veja quanto custa ao país uma pessoa suspensa do INSS, e veja quanto custa uma pessoa saudável. Precisamos parar com esse absurdo”, acrescentou.
O Chefe do Executivo participou hoje numa entrevista ao Rádio Metrópolede Salvador, Bahia. Ele está na cidade para participar de um evento com anúncios para a educação. Na entrevista, ele esteve ao lado do governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT).
Ajuste de contas
A declaração surge em meio a preocupações na área econômica sobre o equilíbrio fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, preparam um pacote de cortes de gastos para apresentar a Lula.
Segundo Haddad, a proposta terá opções de cortes em quase todas as áreas do governo, incluindo saúde e educação, mas também Previdência Social, supersalários, benefícios, entre outros. A preocupação é que o aumento da despesa pública rompa o quadro fiscal — que limita o crescimento da despesa ao crescimento do produto interno bruto (PIB) — num futuro próximo, sem ajustamento.
Há uma série de fatores que dificultam o cumprimento da estrutura pelo governo. Um deles é o crescimento dos gastos com programas sociais e outras políticas públicas. Mas houve também, por exemplo, a manutenção da desoneração tributária na folha salarial dos municípios e de 17 setores econômicos. O corte necessário, segundo o Tesouro, gira em torno de R$ 40 bilhões —valor gasto com a isenção.
Lula, porém, resiste a cortar recursos de programas sociais. Por isso, a equipe econômica pretende apresentar um leque de opções para o presidente avaliar. Afinal, a decisão cabe ao presidente.
Trajetória positiva
Na entrevista, o chefe do Executivo também comentou a reunião que teve ontem (16) com representantes dos maiores bancos privados do país, no Palácio do Planalto. “A economia está surpreendendo o mercado. Fiz uma reunião com os bancos e todos elogiaram o crescimento, dizendo que a inflação está controlada. Está tudo do jeito que eu quero”, destacou.
Em coletiva de imprensa após a reunião desta quarta-feira, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse ver o compromisso do governo com o ajuste das contas públicas e que Lula garantiu que respeitará o equilíbrio fiscal. Haddad, que também participou da coletiva de imprensa, afirmou ainda que o objetivo do ajuste é “dar vida longa” ao quadro fiscal.
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