A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) comentou, nesta segunda-feira (21/10), a saída da jornalista e escritora Manuela D’Ávila do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). “Sempre luto para que as pessoas permaneçam no partido que acredito, mas não posso julgar ou criticar quem quer sair. Essa é uma escolha de vida que as pessoas fazem, e o fazem de forma espontânea e livre”, declarou Jandira ao Correio.
Sobre o partido e a esquerda perderem força com a saída de Manuela, Jandira destacou que é decisivo que as pessoas possam fazer as suas escolhas. “É claro que sentimos a perda de pessoas qualificadas, mas outras pessoas também estão se aproximando. Cada um tem uma opção de vida em um determinado momento. O PCdoB não é uma seita, não é uma família, é um partido político, e ninguém está vinculado a isso. As pessoas entram e saem voluntariamente”.
Filiada ao partido desde o início da carreira política, em 2000, Manuela D’Ávila foi vereadora, deputada estadual e deputada federal pelo partido. Também disputou três vezes a prefeitura de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e uma vez à Presidência da República, em 2018, como vice do então ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Sair do partido depois de quase 25 anos foi uma decisão tomada por um sentimento de “obstrução” nas tentativas de abordar questões relativas ao avanço da esquerda, segundo Manuela.
Manuela não migrará para outro partido após deixar o PCdoB. Nas suas palavras, tornar-se mulher sem partido se deve “à falta de opções, à falta de condições de qual caminho seguir”. Cinco dias após o anúncio, ocorrido durante o evento O que a esquerda deveria fazer para recuperar o espaço perdido? do ICL Notícias, o PCdoB informou ao Correspondência que ainda não recebeu nenhum “pedido formal ou direto” da ex-deputada Manuela para abandonar o partido.
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi fundado em 1958 como um partido de esquerda que levanta a bandeira do socialismo para superar o capitalismo. Jandira, que está no partido há 43 anos, afirma que o protagonismo feminino na esquerda brasileira “sempre foi uma batalha dentro do partido”, que tem como presidente a ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
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