Fortalecidos pelos resultados das eleições municipais de 2024, os partidos de direita e de centro podem ditar o rumo das próximas eleições. Nesse cenário, com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ala conta com nomes de destaque, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o presidente do o PSD, Gilberto Kassab, que, apesar de não ter sido candidato este ano, teve forte influência na escolha dos eleitos.
Caiado apoiou a candidatura do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União), e de outros importantes colégios eleitorais do estado. O prefeito eleito de Belém, Igor Normando (MDB), contou com ampla aliança partidária com o governador do Pará para vencer nas urnas. Em São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos) foi o principal candidato à campanha eleitoral de Ricardo Nunes (MDB), na disputa pela reeleição.
O PSD de Kassab foi o grupo que mais conquistou prefeituras, um total de 887. Entre as capitais, venceu no Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, em Belo Horizonte, com Fuad Noman, em São Luís, com Eduardo Braide, e, em Curitiba, com Eduardo Pimentel. O cientista político André César, da Hold Assessoria Legislativa, destaca que o partido transita bem entre a direita e a esquerda —funcionando como um “coringa” nas articulações políticas.
A lenda tem os pés nas duas canoas. Tanto no partido de Tarcísio como no governo Lula, com os ministros que são do PSD. Assim, o partido pode se tornar o grande ‘curinga’ do jogo”, afirmou. “O Kassab foi o grande vencedor dos dois rounds. Apesar de não ser formalmente de direita, normalmente movimenta-se dentro desta ala e pode até ser classificado como centro-direita, mas moderado em comparação com outras figuras”, destacou.
O cientista político Fabio Andrade, professor de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), destacou o jogo político do PSD. “Ele tem uma estratégia diferente de ascensão, que é chegar ao poder criando uma grande bancada em 2026 e, com isso, ter a Presidência da Câmara dos Deputados”, notou.
Fenômeno global
Segundo ele, este novo direito é um fenómeno global, ligado a mudanças económicas e sociais. “Há um movimento internacional que se define como a nova direita, mais organizada e sintonizada e que consegue conectar-se com diferentes setores da sociedade, dialogando, sobretudo, com as mudanças no mundo do trabalho”, explicou.
André César partilha do mesmo entendimento. Segundo ele, os partidos de esquerda perderam espaço pela falta de diálogo com agendas mais condizentes com a realidade atual. “O petismo e a esquerda, em geral, perderam a ligação com a sociedade. Estão sem contato real com os eleitores e ainda, na década de 1990, muito ligados ao sindicalismo e ao trabalho que conhecíamos. e o PT ainda não entende”, afirmou.
O PL elegeu quatro prefeitos nas capitais. Foram dois no primeiro turno e dois no segundo turno. A sigla governará João Pessoa, com JHC, Rio Branco, com Tião Bocalom, Aracaju, com Emília Corrêa, e Cuiabá, com Abílio Brunini. O PT só venceu em Fortaleza. Evandro Leitão foi eleito prefeito da capital cearense com 50,38% dos votos, contra 49,62% recebidos por André Fernandes, do PL. A diferença foi de apenas 0,76 pontos percentuais.
Divisão entre aliados
A disputa pelas prefeituras de Goiás colocou em lados opostos Ronaldo Caiado (União) e Jair Bolsonaro (PL), dois aliados muito próximos e que andam de mãos dadas desde 2019. Uma derrota do governador pode esfriar suas pretensões à cadeira no Planalto e arriscar verificar esta dobradinha num dos estados que mais votos deu ao ex-presidente nas eleições que disputou.
Nesta quebra de braço, Caiado saiu vitorioso. Sandro Mabel (União) foi eleito prefeito de Goiânia, com 55,53% dos votos válidos. Ele derrotou Fred Rodrigues (PL), fortemente apoiado por Bolsonaro. O PL acreditou na influência do ex-chefe do Executivo para garantir a vitória do aliado na cidade.
A situação gerou desconforto nos bastidores, pois Sandro Mabel já foi muito próximo de Jair Bolsonaro no passado. Os dois foram contemporâneos na Câmara dos Deputados.
Em Aparecida de Goiânia, segundo maior colégio eleitoral do estado, Leandro Vilela (MDB) foi eleito prefeito com 63,60% dos votos válidos. Ele foi apoiado por Caiado e derrotou o candidato de Bolsonaro, o professor Alcides (PL). Na cidade, o ex-presidente tentou medir forças com o governador. Subiu em palanques, participou em carreatas e condenou a interferência dos “velhos chefes”, numa clara alusão ao seu antigo aliado.
Em Anápolis, terceiro maior colégio eleitoral de Goiás, o PL venceu. Márcio Corrêa (PL) saiu vitorioso nas urnas, com 58,56% dos votos. Na avaliação do cientista político André César, da Hold Assessoria Legislativa, a conclusão é que os extremos perderam e que há uma nova organização desse espectro político-ideológico com viés econômico e social.
“A extrema direita que conhecemos, a de Bolsonaro, perdeu muito. O eleitor mostrou que está caminhando mais para convicções centristas. votos, para que seus aliados ganhem em localidades importantes”, afirmou.
Segundo o cientista político Paulo Ramirez, professor da ESPM, o cenário abre espaço para um novo desenho político nas próximas eleições. “O fato de Bolsonaro ser inelegível para 2026 significa que há um vácuo na liderança política de direita – o que também abre uma grande disputa para candidatos presidenciais de direita”, disse ele.
Na avaliação de André César, as siglas devem se unir em 2026, com exceção do PL. “Temos uma direita mais orgânica, que não é extremista. Restam poucos desses extremistas. . A consolidação desse processo pode sim acontecer a partir do avanço efetivo da união dos três partidos: União Brasil, PSD e MDB”, destacou.
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado