A Câmara aprovou, na noite desta terça-feira, o projeto de lei que regulamenta o uso de emendas parlamentares para atender às demandas do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à transparência e rastreabilidade do uso do dinheiro público. O relator do projeto, deputado e líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), passou o dia em conversas com bancadas dos maiores partidos para finalizar o parecer, aprovado por 330 votos a favor e 74 contra, além de duas abstenções. A proposta segue para o Senado, que deve ser votada ainda este mês.
Nascimento fez poucas alterações no texto original do autor, deputado Rubens Pereira Junior (PT-MA), mas atenderam às principais reivindicações das bancadas da Câmara. Caso o projeto seja confirmado pelo Senado, os parlamentares poderão desbloquear os recursos orçamentários destinados às emendas, que estão congelados na conta do Tesouro por ordem de Dino, até que o Congresso corrija o que o magistrado considerou inconstitucional pela falta de transparência e controlar.
Na prática, é o começo do fim do orçamento secreto —mecanismo de liberação de recursos para emendas parlamentares sem controle dos órgãos fiscalizadores— que garantiu poder quase absoluto ao atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nos últimos seis anos.
O novo texto lista uma série de “impedimentos técnicos” que inviabilizam a liberação imediata de recursos. “É garantido que os projetos só serão aprovados se atenderem aos requisitos mínimos de viabilidade técnica e financeira”, garantiu o relator, em seu parecer.
Segundo o projeto, as chamadas emendas de bancada só poderão ser alocadas ao estado da própria bancada e, mesmo assim, deverão atender “projetos estruturantes”, definidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Deputados e senadores do DF, por exemplo, não poderão destinar recursos para outras unidades da Federação, exceto em casos excepcionais, como calamidades públicas. Cada bancada estadual terá direito a aprovar oito emendas.
As emendas das comissões, por sua vez, só poderão ser utilizadas pelas comissões permanentes da Câmara e do Senado, o que exclui as comissões temporárias. Os recursos deverão ser destinados a projetos de interesse nacional ou regional, definidos pelo Executivo na LDO. Na opinião de Nascimento, estas alterações devem ser “orientadas para ações orçamentais de interesse nacional ou regional”. Pelo menos 50% destes recursos devem ser atribuídos ao sector da saúde.
Em relação às polêmicas alterações do Pix, que são definidas individualmente pelos parlamentares e que caem diretamente na conta das prefeituras, o texto determina que sejam cadastradas no sistema Transferegov.br, com informações detalhadas sobre o destino. Com isso, o uso do dinheiro pode ser fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pelos Tribunais de Contas estaduais e pelo próprio Legislativo.
Transparência
Para o relator, esse mecanismo promove “um ambiente de governança mais transparente” e “atende diretamente ao pedido do STF quanto ao acompanhamento desse tipo de alteração”. Só neste ano, o Orçamento conta com R$ 8 bilhões para emendas do Pix.
Os recursos destinados às emendas parlamentares também terão que se adequar às regras do quadro fiscal, equivalentes às demais despesas primárias da União. Portanto, esses recursos também poderão estar sujeitos a bloqueio pela área econômica do governo. O que vale para a execução do Orçamento da União valerá para as emendas parlamentares.
“Entendo que a aprovação desta matéria permitirá que o legítimo sistema de alterações parlamentares ao Orçamento seja um mecanismo de promoção do desenvolvimento nacional, e não um factor de instabilidade política”, argumentou Nascimento, no seu relatório.
Senado
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, nesta terça-feira, que espera aprovar o texto até o final do mês. “É muito importante que a gente resolva essa questão orçamentária, defina uma disciplina em relação às emendas parlamentares, às emendas individuais, às emendas de bancada, às emendas de comissão, porque é muito importante fazer o Orçamento rodar, nós realmente temos a garantia de que municípios, estados e entidades filantrópicas poderão contar com os recursos do Orçamento, seja do Orçamento original ou através de emendas parlamentares”, destacou.
“Acho que o que procuramos é rastreabilidade, máxima transparência, mais igualdade no tratamento disto entre os parlamentares”, concluiu Pacheco, à saída de um debate sobre liberdade económica.
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