O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), está fora do governo por causa do ajuste fiscal. O ministro do Trabalho disse que não há como ficar na Esplanada se houver cortes nos direitos da Previdência. Ele entrou em rota de colisão com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas conta com a solidariedade de outros ministros que estão na mira da equipe econômica.
Nesta quinta-feira, ocorreram mais reuniões no Palácio do Planalto para discutir o pacote tributário. Enquanto o governo não encontra saída para o déficit nas contas, o mercado especula e o Copom aumenta a taxa de juros. Duas reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma pela manhã e outra à tarde, não chegaram a conclusão. Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, estão praticamente isolados na equipe.
Ambos brigam com os ministros da Casa Civil, Rui Costa; Educação, Camilo Santana; do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; Saúde, Nísia Trindade; de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e Comunicação Social, Paulo Pimenta. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro da Indústria e Comércio, tende a apoiar Haddad e Tebet.
Lupi defende que os cortes deveriam visar devedores, sonegação fiscal e isenções indevidas, mas não consegue dar respostas ao problema imediato: o governo apresentou déficit primário de R$ 105,2 bilhões nas contas públicas de janeiro a setembro de 2024. Houve piora em relação ao mesmo período de 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 94,3 bilhões em valores nominais — variação de 11,6%.
O ministro da Previdência virou o patinho feio da Esplanada. As contas da Previdência fecharam o mês de setembro com déficit de R$ 26,2 bilhões. No acumulado do ano até agosto, o déficit já somou R$ 239,6 bilhões —aumento de 1,5% em relação a 2023. Com o salto registrado em setembro, porém, a comparação piorou. Agora, 2024 tem resultado 3,1% pior que o ano anterior.
O buraco na Previdência tem grande impacto no balanço do governo federal, que inclui também o Tesouro Nacional e o Banco Central. O déficit nas contas governamentais chegou perto de R$ 100 bilhões. O valor equivale ao déficit da Previdência Social de R$ 239,6 bilhões mais o do Banco Central, de aproximadamente R$ 700 milhões, menos o saldo positivo do Tesouro, que foi de R$ 140,3 bilhões no período. Ou seja, a Fazenda drena gelo.
Lupi ressalta que há propostas de mudanças nos reajustes do salário mínimo e das pensões. “Pessoalmente sou contra e tenho certeza de que o presidente Lula também é”, disse. A proposta do ministro é reduzir gastos combatendo fraudes e benefícios indevidos: “Estamos fazendo uma grande economia ao conceder licença médica às pessoas que não têm mais direito. ?O grande desafio da Previdência é que mais da metade dos nossos pedidos são de auxílio-doença. O Brasil está tão doente assim?” ele pergunta.
Emendas parlamentares
O Governo Central registrou déficit primário de R$ 5,3 bilhões em setembro passado. O resultado é bem inferior ao registrado no mesmo mês do ano anterior, quando houve superávit de R$ 11,6 bilhões, em valores nominais, e surpreendeu negativamente técnicos do Ministério da Fazenda, que projetaram déficit de R$ 2 bilhões no mesmo período. Segundo o Tesouro, um dos principais fatores que influenciaram o déficit do RGPS em setembro foi o pagamento antecipado de R$ 4,3 bilhões em precatórios federais destinados à recuperação do Rio Grande do Sul, que só seria feito em 2025.
Houve também um crescimento real de R$ 1,1 bilhão nas despesas com Benefício de Prestação Continuada (BPC) no regime de Renda Mensal Vitalícia (RMV), que, segundo o governo, é resultado direto do aumento do número de beneficiários, em além do aumento do salário mínimo, que passou de R$ 1.302 para R$ 1.412 neste período. Mexer com isso é um ninho de vespas. O Orçamento é prejudicado por despesas vinculadas, juros da dívida pública e, mais recentemente, por parlamentares que ficam com fatias cada vez maiores dos recursos com emendas orçamentárias.
A Câmara dos Deputados deu sinais esta semana de que não pretende reduzir o valor das emendas: R$ 50,5 bilhões para deputados e senadores em 2025, praticamente o mesmo valor deste ano, sem cumprir as condições impostas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para garantir transparência e rastreabilidade das alterações. As alterações individuais e de bancada, que são obrigatórias, continuarão a crescer. A diferença é que, a partir de 2026, seguirão o quadro fiscal, que garante um aumento real, ou seja, acima da inflação, de 2,5%.
Já nas alterações do Pix, os autores devem indicar a finalidade e o valor das indicações, dando preferência às obras inacabadas de estados e municípios, mas sem exigir cronograma de execução ou assinatura de convênio para envio dos recursos. Agora, as propostas de emendas aprovadas na Câmara, por 330 votos a favor e 74 contra, serão submetidas ao Senado. Quanto ao déficit deste ano, o Congresso quer liberar na próxima semana os R$ 17,5 bilhões bloqueados pela decisão de Dino.
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado