A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu, nesta quinta-feira (14/11), um homem de 36 anos, em Jundiaí (SP), suspeito de ser hacker e ameaçar o Supremo Tribunal Federal (STF) com bombas no final de 2022, pouco antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação também apura se ele tem alguma ligação com Francisco Wanderley Luiz, que morreu enquanto coordenava explosões na Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13/11).
Segundo a delegada responsável pelo caso, Vanessa Pitrez, o hacker do RS trabalhava com tecnologia da informação (TI) e fazia parte de grupos de extrema direita em fóruns da deep web. O homem é investigado por atos racistas, extremistas, homofóbicos e ameaças terroristas contra autoridades públicas, incluindo o ministro Alexandre de Moraes.
Os agentes apreenderam um computador, um notebook, dois tablets, dois celulares, diversos pen drives, lembranças e materiais semelhantes na casa do suspeito. Os investigadores também suspeitam que ele seja o autor de um e-mail enviado ao endereço institucional do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no qual ameaçava explodir o Supremo.
Explosões em Brasília
Duas explosões foram ouvidas na noite de quarta-feira na Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios. Uma delas aconteceu em frente à estátua da Justiça, no Supremo Tribunal Federal (STF) e a outra em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados.
O ataque culminou na morte de Francisco Wanderley Luiz, proprietário do veículo. Natural de Santa Catarina, ele havia alugado uma casa há quatro meses na região administrativa de Ceilândia —a 30 quilômetros do local das explosões. Na residência, a polícia encontrou artefatos explosivos do mesmo tipo utilizados na Praça dos Três Poderes. Um notebook e um pendrive também foram apreendidos.
Em mensagens deixadas nas redes sociais, o homem-bomba disse que “o jogo termina no dia 16” e afirma que há outros artefatos espalhados pelo local. Rodrigues contou que a polícia usou um robô para abrir uma gaveta que continha uma bomba na residência usada em Ceilândia.
“Quando abri uma gaveta para procurar houve uma explosão. O uso desse robô salvou a vida de alguns policiais que não teriam sobrevivido se tivessem aberto a gaveta”, disse o diretor.
Segundo o diretor da PF, ainda não se sabe a motivação do crime, mas a polícia trabalha na hipótese de ataque terrorista e atentado ao Estado democrático de direito.
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