O projeto de anistia aos envolvidos no dia 8 de janeiro foi incluído na lista de propostas que líderes do Congresso até admitem avaliar, mas que o farão num futuro distante. Um grupo argumenta que só deveria ser considerado após investigações sobre o ataque ao Supremo Tribunal Federal. Outra, que será apenas em 2025. Especificamente, só há pressão do PL para agilizar o assunto.
Porém, até o momento, os dirigentes nem indicaram os membros da comissão especial que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu criar para avaliar o texto. E a julgar pela disposição das partes, não há tempo. “Acho difícil analisar, falta menos de um mês para o recesso. A prioridade no final do ano será o Orçamento”, afirma o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA).
O deputado é um dos que ainda não indicou os membros da comissão e pretende deixar o assunto para 2025. Nesta semana, por exemplo, com feriado de quarta-feira, o Congresso só deverá funcionar hoje e amanhã. Depois, você terá praticamente mais 20 dias úteis de trabalho. O Parlamento sequer votou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveria ter sido aprovada em julho —prioridade desta semana com a proposta que visa dar mais transparência às emendas obrigatórias.
“Não tem nada a ver com as explosões, mas simplesmente não temos mais tempo para votar esse assunto”, enfatiza Elmar.
Enquanto o líder da União Brasil menciona a prioridade das leis orçamentárias e desvincula o 8 de janeiro de 2023 do ataque da semana passada — assim como os bolsonaristas —, outros não querem cogitar o projeto porque preferem aguardar as investigações sobre Francisco Wanderley Luiz, que detonou as bombas perto do STF. Muitos têm dúvidas sobre o financiamento do ataque e as ligações dos extremistas. Se as investigações revelarem alguma ligação com o dia 8 de janeiro, a anistia será enterrada de uma vez por todas. Caso contrário, haverá mais segurança para votar em algo assim —o que não é o caso no momento.
Espere
O problema é que, para os bolsonaristas, a espera por esta investigação pode representar mais de um ano, uma vez que as autoridades ainda não estabeleceram um prazo para a conclusão das investigações. A Polícia Federal (PF) está analisando o celular de Francisco e, a partir daí, não está descartada a abertura de novas linhas para continuar rastreando possíveis ajudantes ou financiadores. Por isso, a ideia dos integrantes do PL é cobrar a apreciação da proposta o mais rápido possível.
Na semana passada, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que houve uma “tentativa inaceitável de manipulação e distorção” do ataque, com o “objetivo malicioso de atrapalhar o andamento do projeto de anistia”. A deputada Bia Kicis (PL-DF) disse à coluna Brasília-DF que só apoiará candidato a presidente da Câmara que se comprometer com a anistia. “Vão tentar usar esse suicídio, um ato isolado, para tentar barrar a anistia, mas não vamos permitir”, disse (leia detalhes no Blog da Denise).
A reivindicação de Bia não repercute em todo o PL e nem nos partidos de centro. Até porque, antes de exigir a votação do PL, é preciso quebrar o bloqueio dos dirigentes na tramitação do texto.
Da mesma forma que o PL coloca o atentado bombista e o projeto de anistia em lados opostos, os partidos desvincularam a eleição para presidente da Câmara dessa mesma anistia. O líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), disse a aliados que a questão cabe a Arthur Lira.
Os bolsonaristas têm dois PLs em tramitação para buscar anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. A primeira, relatada pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE), foi apresentada em 2022 pelo então deputado Vitor Hugo (PL-GO) para anistiar quem bloqueou rodovias no dia das eleições ou cometeu outros crimes relacionados ao pleito daquele ano. Valadares incluiu em sua opinião os envolvidos nos atos golpistas. Houve tentativa de votação da proposta em outubro, mas, na data da apreciação da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Lira retirou o texto e criou a comissão, que não foi instalada.
A outra proposta foi apresentada ao Senado por Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Três projetos apresentados posteriormente acabaram anexados ao senador.
(Eduarda Esposito colaborou)
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