A trama golpista envolvendo o plano de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi executada pelo ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto e pelo ex-ministro de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno encarregado de um “escritório de crise”. A informação está no relatório da Polícia Federal, que lançou, nesta terça-feira (19/11), a Operação Contragolpe.
Documentos apreendidos pela corporação indicam que a ideia era que esse gabinete fosse formado após a concretização do plano de assassinato de Lula.
“Como se vê, o GENERAL HELENO seria o chefe de gabinete, tendo o GENERAL BRAGA NETTO como coordenador geral. Logo abaixo dos dois mais importantes, o próprio GENERAL MÁRIO e o CORONEL ELCIO fariam parte da assessoria estratégica”, diz trecho da decisão que autorizou a operação, assinada por Moraes.
O general citado por Mário é o soldado reformado Mário Fernandes, que foi secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro. O mesmo arquivo contém o objetivo do escritório, referências legais, missão, objetivo, diretrizes e, por fim, a estrutura organizacional.
“O arquivo referente a este documento é criado em 16 de dezembro de 2022, às 10h43, e modificado no mesmo dia, às 14h06. O último autor é Mário Fernandes. A data de ativação do gabinete está listada como 16/12/2022′, aponta o relatório da PF.
Envenenamento por lula
A organização criminosa cogitou assassinar o presidente Lula por envenenamento. Os golpistas acreditavam que o estado de saúde do petista justificaria a morte após o crime.
“Para a execução do presidente LULA, o documento [da Polícia Federal] descreve, considerando sua vulnerabilidade sanitária e visitas frequentes a hospitais, a possibilidade de uso de envenenamento ou uso de produtos químicos para causar colapso orgânico”, diz trecho da decisão que autorizou a operação.
As investigações indicam que a organização criminosa utilizou alto nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022.
O grupo era formado por militares da ativa e da reserva do Exército, além de um agente da PF. Segundo a investigação, o plano foi chamado de “punhal verde e amarelo” pelos golpistas e aconteceria em 15 de dezembro de 2022, três dias após a chapa Lula e Alckmin ter sido certificada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também três dias depois de a chapa Lula e Alckmin ter sido certificada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). dias após os ataques. à sede da Polícia Federal, em Brasília.
A operação se baseou em arquivos que foram apagados do computador do ex-ajudante de campo de Bolsonaro, Mauro Cid, e também de Mário Fernandes. A PF conseguiu recuperar nesses arquivos mensagens com conteúdo golpista e o plano de assassinato. Houve prisões em Brasília e no Rio de Janeiro, além de buscas e apreensões no Amazonas e Goiás.
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