O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o pagamento de emendas parlamentares obrigatórias (cuja execução é obrigatória), que estavam bloqueadas desde agosto. O juiz, porém, fez uma série de exigências para os repasses, como evitar que líderes partidários monopolizassem as emendas de bancada e tornar obrigatórios planos de trabalho previamente aprovados pelos ministérios para emendas do Pix.
Ainda de acordo com a decisão, as emendas de relator (que deixaram de existir formalmente em 2023) e as emendas de comissão, anteriores a 2024, só serão divulgadas caso os parlamentares sejam identificados.
Após liberar o pagamento das alterações, Dino encaminhou o caso para análise do plenário do Supremo e pediu avaliação urgente dos colegas. Por se tratar de uma decisão monocrática, os demais ministros da Corte precisam confirmar o entendimento do juiz. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, respondeu prontamente e iniciou o julgamento em plenário virtual —começou às 18h desta segunda e termina às 23h59 desta terça. Até a publicação deste relatório, o Tribunal tinha maioria — 7 x 0 — para endossar a decisão de Dino.
As alterações são indicativos de gastos que deputados e senadores fazem no Orçamento da União com obras e projetos nos estados que os elegeram. Este é um instrumento previsto na Constituição e visa corrigir eventuais distorções no Orçamento anual. Desde o início do orçamento secreto, em 2020, a transparência dos recursos — que serviam para aquisição de apoio político — tornou-se um problema no STF, pois em vários casos não havia como identificar a origem da demanda ou o destino da o dinheiro.
As alterações foram bloqueadas por Dino porque, segundo o ministro, não atendiam aos critérios de transparência e rastreabilidade. A suspensão causou irritação entre deputados e senadores, que viam o movimento como uma interferência indevida do Supremo em questões do Legislativo.
Após a aprovação, no mês passado, do projeto que alterou as regras das emendas, os líderes já afirmavam, nos bastidores, que só votariam projetos de interesse do governo caso as emendas fossem divulgadas. A decisão de Dino ocorreu apesar do texto aprovado pelo Congresso não ter resolvido os problemas apontados pelo Supremo, segundo especialistas ouvidos pelo Correio e segundo relatório da Consultoria do Senado. A determinação também ocorreu menos de uma semana depois de o governo apresentar um pacote de corte de gastos que deverá passar pelo Congresso.
Na decisão desta segunda-feira, Dino destacou que era prematuro dizer se houve crimes devido à falta de transparência na indicação e utilização das alterações desde que se tornaram obrigatórias. Ele destacou, porém, que nunca houve um “colapso institucional” tão grande do dinheiro público como o que ocorreu a partir de 2015 —quando o governo passou a ser obrigado a pagar pelas emendas.
“É prematuro dizer – e nem é objeto específico dessas ações (processos estruturais) – que houve ou há crimes em função da estranha situação encontrada. muito dinheiro público, em tão poucos anos”, escreveu o ministro na decisão. “Com efeito, somando as emendas parlamentares entre 2019 e 2024, chegamos ao valor pago de R$ 186,3 bilhões.”
Dino continuou: “Esclareço que a divulgação de alterações — observados rigorosamente os termos desta decisão — poderá ocorrer caso a caso, com base em informações e análises de responsabilidade dos órgãos dos Poderes Legislativo e Executivo. Com a publicação da Lei Complementar 210/2024, não há bloqueio judicial generalizado à execução de emendas parlamentares, mas sim diretrizes constitucionais e legais a serem observadas, conforme esta decisão”.
Entre as reivindicações de Dino está, no caso das emendas de bancada (que são coletivas), que os parlamentares façam um acordo para evitar a individualização do processo, ou seja, que um único parlamentar indique e leve os créditos pela sua indicação. O deputado ou senador que teve a ideia da emenda, porém, constará da ata. O objetivo é evitar que os líderes partidários monopolizem as nomeações.
O ministro determinou ainda que, a partir de 2025, os gastos com emendas parlamentares não podem crescer mais do que as despesas discricionárias do Executivo. Segundo a decisão, a partir de 2025, as alterações deverão seguir três parâmetros e adotar o que for menor: ou o enquadramento fiscal ou a variação da Receita Corrente Líquida ou a evolução das despesas discricionárias do Executivo.
O senador Angelo Coronel (PSD-BA), que reportou o PLP 175 no Senado e será relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, avaliou que não houve vencedores ou perdedores com o projeto aprovado pelo Congresso.
“Foi um projeto resultante de um consenso para beneficiar os municípios do Brasil, visando a liberação das alterações o mais rápido possível e servindo de base para o Orçamento de 2025, do qual sou relator”, disse.
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado