O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou, nesta segunda-feira (27/5), que o governo federal já traça estratégias para apoiar os desabrigados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, mais de 581 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e mais de 55 mil estão em abrigos.
“Iremos amanhã (28) ao Rio Grande do Sul conversar com o governo do estado, com alguns prefeitos, para começar naquelas regiões onde a água reduziu, onde agora podemos ter um diagnóstico mais preciso desse problema que assola o Rio Grande do Sul”, disse o ministro.
“A Caixa Econômica Federal deve disponibilizar o site para que as construtoras já possam cadastrar os imóveis que desejam vender. Qual o tamanho do imóvel, valor, qual será também o valor que as pessoas terão que pagar pela manutenção daquele imóvel, o pagamento do condomínio que quero me referir. Para que possamos adequar a renda dessas famílias à realidade desses imóveis que serão apresentados pelas construtoras”, declarou.
No primeiro levantamento do governo, “só nessa primeira conversa com as construtoras, com a Caixa e com o Banco do Brasil, são mais de 2 mil novas unidades que ficariam prontas nos próximos 60 dias para que possamos começar a movimentar essas famílias ”.
“Obviamente vamos estabelecer um valor teto, lembrando que essas casas têm o perfil da faixa 1 (do Minha Casa, Minha Vida), que são famílias que ganham de R$ 2.630 a R$ 4 mil, e da faixa 2, que vai de até R$ 4 mil. US$ 4.400. Então esse é o perfil do imóvel que imaginamos. Queremos estabelecer um valor teto de R$ 200 mil”, disse o chefe do departamento, que ressaltou que os imóveis serão repassados a todos aqueles que tiveram suas casas condenadas ou destruídas.
Jader comentou que imobiliárias e proprietários também poderão oferecer imóveis para compra pelo governo. “A seguir a Caixa vai abrir para imóveis usados, que são aquelas famílias, imobiliárias que queiram apresentar esses imóveis para que possamos realizar o processo de aquisição.”
“Também conversaremos com diferentes empresas e métodos de construção mais rápidos, para que possamos dar respostas ao Rio Grande do Sul. Lembrando que essas soluções, para cada uma dessas regiões, são soluções diferentes, não existe uma solução única para o RS”, explicou.
No caso das zonas rurais, o ministro referiu que está a ser discutida a possibilidade de construção de aldeias agrícolas, “onde as pessoas têm que estar fora dessas zonas de risco, para que não haja nenhum tipo de construção nessas zonas”. Assim, estas aldeias agrícolas concentrar-se-ão na produção, enquanto as pessoas viverão em áreas seguras.
“Porque pode até ser que tenham hoje uma casa que está naquelas zonas onde ocorreram as cheias, que essas casas ainda estejam de pé. Mas, quem sabe, num próximo evento como este, estas casas não consigam resistir. Portanto, não permitiremos que ocorram construções nessas áreas que foram impactadas pelas enchentes”, disse o ministro.
Jader explicou ainda que está sendo discutida com os prefeitos a possibilidade de terrenos ou lotes que já estão à venda.
Dificuldade com prefeitos
Durante a sessão de debate sobre o panorama da tragédia no Rio Grande do Sul, o ministro das Cidades reclamou que faltam informações para planejar reconstruções e reformas nos estados, no âmbito do Minha Casa, Minha Vida. Segundo ele, a secretaria já conversou com 38 prefeitos, ante os cerca de 400 que ainda não fizeram contato.
Novo normal
Embora reconheça as dificuldades enfrentadas pelas cidades no fornecimento de informações, Jader fez um apelo no plenário para que as prefeituras enviem as informações o mais rápido possível, para que o plano de reconstrução seja concluído e os recursos possam ser liberados por meio de crédito. extraordinário.
“Mesmo que uma casa não tenha sido condenada, não podemos construí-la se estiver em área de risco (…) Pode não ter sido arrastada (pelas águas), mas se, na próxima enchente, formos construir uma nova casa nesse mesmo local, ela permanecerá (segura) lá?”, questionou.
Diretamente, ele disse que o desastre no Rio Grande do Sul é causado pelas mudanças climáticas e avaliou que as enchentes e secas se tornarão o “novo normal” e, portanto, exigirão previsões de gastos que evitem perdas maiores.
“Este é o novo normal. E veremos isso, cada vez com mais frequência, não só no Rio Grande do Sul, mas em todo o país. Se as nossas cidades não estiverem preparadas, se a resiliência das nossas cidades não for uma prioridade para este país, nos trabalhos de prevenção de desastres, veremos tragédias como estas cada vez mais frequentes. O Brasil precisa priorizar isso em seus orçamentos”, destacou o ministro.
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