A sociedade civil e representantes de organizações ambientais estiveram presentes quartona sexta-feira (12/04) ao Congresso Nacional para se manifestar contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3 de 2022, conhecida como PEC das Praias, que seria votada esta tarde pela Comissão de Constituição e Justiça ( CCJ) do Senado. A matéria foi adiada após pedido e revisão feita por parlamentares contrários ao texto, pouco antes de ele ser colocado em pauta, mas os ativistas já estavam na Câmara para pressionar pela não aprovação do texto.
A secretária executiva do PanelMar, Carolina Cardoso, afirma que os manifestantes contrários à PEC foram barrados, proibidos de entrar na CCJ, de protestar e de circular livremente pelo Congresso. “Isso era esperado. Por isso concentrámo-nos perto da entrada da Comissão, mas tivemos uma abordagem complicada. Fomos proibidos de fazer sinalização e, posteriormente, até de ficar ali, mesmo sem sinalização, sem manifestação. Fomos proibidos de estar no corredor, o que indignou muito os movimentos e a sociedade civil”, relata.
O grupo contrário à PEC afirma que a entrega de áreas costeiras a estados, municípios e particulares poderia limitar o acesso da população local a esses locais e representar uma ameaça à conservação ambiental dessas regiões. De acordo com a Constituição, as chamadas “terras marinhas”, que são parcelas de terreno costeiro, com 33 metros de extensão, com ligação ao mar, são propriedades da União.
Carolina Cardoso afirma que, mesmo com o adiamento da votação, o grupo continuará pressionando os senadores para que a PEC não volte à pauta na Câmara: “Se a mobilização for muito forte, talvez consigamos desacelerar diminuir um pouco, porque se for para votação tem que ter maioria e a PEC será aprovada”.
Fazem parte desta mobilização as seguintes organizações: PanelMar, Laboratório de Gestão, Ecologia e Tecnologia Marinha (GTMar), Instituto Internacional Arayara, Euceano; e os movimentos de pescadores Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP).
A responsável pelas ações de advocacia do Instituto Mar Adentro, Mariana Clauzet, que atua na promoção e gestão do conhecimento dos ecossistemas aquáticos, destaca a falta de estudos e pesquisas que garantam que o PEC possa trazer algum benefício económico ou social. “Não temos hoje dados fiáveis sobre o número de pessoas que vivem nestas terras marinhas e quanto é recolhido. Assim, consideramos que são necessários mais estudos para poder justificar a aprovação de uma proposta que terá um impacto ambiental da magnitude que esta PEC terá. ter.”
O principal argumento do relator da PEC, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), é que a proposta gerará maior receita para o governo, e que não alterará o acesso da população às praias, “a forma como elas estão localizadas hoje as praias, o seu regime jurídico, o seu tratamento pela Constituição e pela legislação não mudarão”.
E reforça: “As praias são bens públicos de uso comum das populações, sendo o acesso livre e aberto às mesmas e ao mar, em qualquer direção e sentido, sendo garantido em todo o momento, com exceção dos troços considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas. por legislação específica não é permitida qualquer forma de uso do solo que impeça ou dificulte o acesso da população às praias, conforme plano diretor dos respectivos municípios”.
(foto: Ascom CPP)
Impactos ambientais
O Instituto Mar Adentro alerta para os impactos ambientais que a aprovação da PEC poderá causar. “Temos certeza de que o impacto é negativo, que irá interferir em áreas adjacentes às praias, áreas de alta biodiversidade, áreas de mangue, por exemplo, que necessitam hojemais do que nunca, ter saúde”, aponta Mariana Clauzet. Segundo ela, “antes dos estudos, antes dos debates com a sociedade, essa aprovação não faz sentido”.
“Não podemos considerar que irão beneficiar a economia porque o cálculo não é assim tão simples — o dano ambiental, o dano social que a instalação de um grande projecto na zona costeira trará poderá ser muito maior do que o benefício económico que irá gerar. E isso precisa ser muito bem discutido com todos os atores antes de pensar em aprovar uma PEC como essa.”
Carolina Cardoso, do PanelMar, manifesta preocupação com a proteção dessas áreas, caso deixem de ser de responsabilidade da Federação. “Sem a prerrogativa de gerir este património, a União terSerá muito mais difícil implementar políticas socioambientais para combater as mudanças climáticas. Essas áreas podem proteger mais da metade da população brasileira (54,8% — 111,2 milhões de pessoas, segundo o Censo 2022), que vive próximo ao litoral do país”, informa.
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado