O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quinta-feira (12/05), que o diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, foi contaminado por “questões ideológicas e político-partidárias”. A afirmação foi feita em resposta às falas do diretor, que nesta quarta-feira (4) afirmou que não há imunidade absoluta para os parlamentares.
O contexto é o indiciamento, pela PF, dos deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto (PL-PB). No caso do deputado gaúcho, a acusação foi por criticar o delegado da Polícia Federal Fábio Schor, a quem chamou de “criminoso”. A polícia acredita que o parlamentar cometeu crime contra a honra do delegado.
“Era justamente isso que faltava: o Diretor-Geral da Polícia Federal agora acha que pode ‘rebater’ e ensinar ao presidente da Câmara dos Deputados o que é imunidade parlamentar, o que é liberdade de expressão e o que os deputados podem ou não dizer sobre o assunto. posição”, escreveu Bolsonaro.
“Um subordinado do Executivo está desrespeitando o presidente da Câmara, ignorando a separação de poderes, intrometendo-se em assuntos internos do Legislativo e violando diretamente um dos direitos mais sagrados da democracia: a liberdade de expressão dos representantes do povo”, continuou. .
O ex-presidente disse ainda simpatizar com Arthur Lira e com os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho – que a PF disse ter cometido crime de injúria contra o mesmo delegado, mas sem indiciamento –; Marcel van Hattem e Cabo Gilberto.
“Todos os parlamentares, independentemente de partido político ou possíveis diferenças, precisam reafirmar a independência do Legislativo e exigir respeito inegociável às suas prerrogativas constitucionais, especialmente do diretor-geral da Polícia Federal, que exerce uma função que não pode continuar a ser contaminados por razões ideológicas e político-partidárias”, disse Bolsonaro. Confira a publicação:
– Era exatamente isso que faltava: o diretor-geral da Polícia Federal agora acha que pode “rebater” e ensinar ao presidente da Câmara dos Deputados o que é imunidade parlamentar, o que é liberdade de expressão e o que os deputados podem ou não dizer sobre o assunto. ficar em pé.
– Um subordinado de… pic.twitter.com/frJGAB2yON
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 5 de dezembro de 2024
Em seu perfil no X (antigo Twitter), Marcel van Hattem agradeceu o apoio de Bolsonaro. “Perseguir opositores e atacar o Parlamento é uma ditadura. O Estado Policial de Lula precisa ser contido, imediatamente!”, disse.
Entenda o caso
Deputado Marcel van Hattem acusou delegado da PF Fábio Schor de ter produzido “relatórios fraudulentos” contra Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro que foi preso em fevereiro deste ano na Operação Tempus Veritatis, por suposta participação em um plano de golpe de Estado. Ele também chamou Fábio Schor de “criminoso”.
Após o indiciamento da PF, van Hattem aproveitou discurso durante audiência na Câmara para criticar novamente a corporação e, desta vez, diretamente ao diretor Andrei Rodrigues, que estava presente.
“Se há entendimento de que estou cometendo crime contra a honra, por que o seu chefe da Polícia Federal, diretor Andrei, que está aqui, não me prende agora? Se for crime contra a honra o que estou cometendo, prendam-me”, disse o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), que participava da audiência.
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