‘Condições que herdamos eram inaceitáveis’

Em um marco histórico para a integração econômica global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou nesta sexta-feira (12/6), em Montevidéu, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia após mais de 20 anos de negociações. A assinatura do tratado comercial foi feita durante a Cúpula do Mercosul, que contou com a presença de líderes sul-americanos e da presidente do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen.

Durante sua fala, o petista afirmou que as condições herdadas há cinco anos eram “inaceitáveis”. Naquela época, os governos do Mercosul e a UE anunciaram pela primeira vez a conclusão do acordo de livre comércio entre os dois blocos. Pontos específicos, no entanto, continuaram sujeitos a reservas por parte de alguns dos membros (principalmente da Europa). Esses trechos continuaram na mesa de negociações e só agora os dois blocos chegaram a um consenso.

“O acordo que finalizamos hoje é muito diferente daquele anunciado em 2019, as condições que herdamos eram inaceitáveis. Foi preciso incorporar ao acordo questões de relevância para o Mercosul. para implementarmos políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar, ciência e tecnologia”, declarou.

Lula também destacou a relevância do tratado, que cria uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo mais de 700 milhões de pessoas e um produto interno bruto (PIB) combinado de US$ 22 trilhões. “Estamos a abrir novos caminhos para o comércio, o investimento e o desenvolvimento sustentável. As condições que herdámos no início das negociações eram inaceitáveis, mas hoje chegámos a um texto que respeita os nossos interesses e prioridades”, reforçou.

As negociações entre o Mercosul e a União Europeia já duravam mais de duas décadas, enfrentando obstáculos como disputas sobre tarifas agrícolas, questões ambientais e barreiras regulatórias. Segundo o chefe do Executivo brasileiro, a versão final do acordo reflete avanços significativos para garantir o equilíbrio nas relações comerciais e o respeito às necessidades dos países do bloco sul-americano.

“Foi um trabalho árduo, mas conseguimos fazer com que as cláusulas do tratado refletissem os princípios do desenvolvimento sustentável e da equidade comercial”, declarou Lula. Enfatizou também que o acordo será benéfico para a competitividade das economias do Mercosul e para a criação de empregos nos países membros.

Acompanhe o canal Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular