Jair Bolsonaro concedeu entrevista exclusivo o Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (12/06). Entre diversas declarações polêmicas, o ex-presidente confirmoumou que discutiu “hipóteses” dentro das “quatro linhas” com comandantes das Forças Armadas após as eleições de 2022 e que, mesmo inelegível, garante que será o candidato em 2026.
Perguntado logo no início do programa sobre sua participação no planejamento de um golpe de estado em 2022, segundo 884 páginas da investigação da Polícia Federal (PF), Bolsonaro respondeu: “Minha participação foi igual à sua (repórteres):zero”.
“Em primeiro lugar, não acredito em golpes de estado”, continuou ele. Disse que os depoimentos presentes na investigação “não ligam a nada” e isso a investigação da PF é sobre de “uma perseguição sem fim” contra ele. “Não acredito em golpes, da minha parte, nem da acusação que recai sobre esses militantes.res.”
Aos dois minutos de entrevista, ele se empolgou e levantou a voz: “A Polícia Federal está mentindo descaradamente, essa parte da Polícia Federal é vergonhosa”.
Sobre não aceitar os resultados eleitorais, o ex-presidente esclareceu as ações que tomou após a vitória de Lula. “As eleições acabaram, vimos algumas inconsistências e peticionamos ao Tribunal Oficial Superior Eleitoral (TSE), OK OK? Qual foi a resposta no dia seguinte? Rejeição e multa de R$ 22 milhões para o Partido Liberal. Nos reunimos e falamos: ‘o que vamos fazer?’. Se recorrermos, multa poderá aumentar para R$ 200 milhões e até a inscrição partidária (pode) ser caçada (…). A partir do momento que eu não pSe quisermos recorrer à (justiça) eleitoral, o que fizemos? Onde podemos obter uma alternativa dentro das quatro linhas da nossa Constituição para questionarmos o resultado (das eleições)?”
As “quatro linhas”, segundo ele, seriam “Estado de éitio, issode dÉfesaGLO (Garantia da Lei e da Ordem) e intervenção federal”. Bolsonarocconfirmado, tambémsim, isso, na reunião que teve com comandantes do Exército e da Aeronáutica, em 7 de dezembro de 2022 — ele diz não lembrar a data —, “em nenhum momento” foi mencionadodê a palavra ‘golpe’. “É a Polícia Federal que está falando em golpe. O que diz o comandante do Exército é o seguinte: foram discutidas hipótesesé sobre cerco, defesa e GLO (Garantia da Lei e da Ordem).”
Ele não quis explicar como foi a reunião do dia 7 de dezembro., mas ele disse isso para “golpe você não faz plano, golpe não tem GLO, estado de defesa”.
O plano para assassinar oponentes
Na entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre o suposto plano matar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraesdo Supremo Tribunal Federal (STF), escrito e impressoss em impressora do Palácio do Planalto, segundo a PF. Questionado sobre o facto de ter participado em diversas reuniões com os responsáveis pelo plano, Bolsonaro insistiu que o “projeto golpista” não foi divulgado e que para ele “o plano é novo”para matar alguém”.
“Não sei e não consigo imaginar que alguém teria feito um plano para isso. Nunca passaria pela minha cabeça matar alguém.” Porém, admitiu que “conversamos sobre possibilidades dentro das quatro linhas, e tinha de tudo: site, defesa, GLO, interferência federal, teve todos”. Com a impossibilidade de seguir os planosele disse: “acabou, ninguém levou essa proposta adiante”.
Questionado se temia ser preso, Bolsonaro evitou responder diretamente. “Qual é a acusação contra mim? Que provas você tem contra mim? ele disse.
Além disso, o ex-presidente ele falou sobre questionar feita em 2018 em relação ao envio de mensagens em massa para captação de votos. “Sou um candidato sem dinheiro, atiro como se não fosse nada”, afirmou. “Eu não poderia dizer que Lula, por exemplo, defendeu o aborto; que Lula defendeu ladrão de celular para beber cerveja; que Lula era amigo de ditadores, como Chaves, MaduroOrtega, entre outros…”
Sobre a inelegibilidade, disse que “não deveria ter sido condenado, mas o TSE foi tendencioso, oAgora o TSE está equilibrado.” Assim, indicou que busca reverter a decisão, e, quando questionado sobre um possível sucessor para 2026, disse: “Não, sou eu, física ou politicamente, sou eu”.
Jair Bolsonaro também comentou sobre a reforma de R$ 900 mil de sua casa em Angra dos Reis, e disse quem pagou o valor via PIX.
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