O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou ontem uma portaria que revoga a regra estabelecida pelo governo Bolsonaro que ampliou as atribuições da Polícia Rodoviária Federal. Dessa forma, a PRF volta a ficar restrita ao monitoramento das rodovias federais e só poderá participar de operações conjuntas em casos excepcionais e com autorização do diretor-geral da corporação. A corporação terá 90 dias para se adaptar às novas regulamentações e encerrar atividades fora de sua competência.
A portaria revogada por Lewandowski foi assinada, em 2021, pelo então ministro da Justiça André Mendonça —hoje membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Permitiu à PRF exercer funções como elaboração de termos detalhados e participação em investigações criminais, atribuições exclusivas da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil, nos termos da Constituição. A medida deu continuidade às mudanças iniciadas, em 2019, pelo seu antecessor na pasta, o hoje senador Sergio Moro (União-PR).
Ao determinar que a participação de agentes da PRF em operações conjuntas com outras forças de segurança só poderá ocorrer mediante autorização prévia, a portaria de Lewandowski estabelece que, para que isso aconteça, será necessária a justificativa da necessidade, da conveniência da ação, além de apresentando um detalhamento dos recursos operacionais e financeiros envolvidos. Assim, a autorização só será concedida caso a operação não comprometa as atividades regulares da PRF —fiscalização de trânsito, prevenção de acidentes e combate a crimes nas rodovias federais, suas principais atribuições.
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a PRF chamou a atenção para episódios marcados por arbitrariedades. Como a operação em Varginha (MG), em 2021, que culminou na morte de 26 pessoas. Outro foi o envolvimento em uma ação no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em 23 mortes —a participação dos agentes rodoviários foi justificada pelo suposto envolvimento no roubo de cargas da quadrilha local do tráfico.
Outro episódio que chamou a atenção foi o assassinato, em 25 de março de 2022, de Genivaldo de Jesus Santos —diagnosticado com esquizofrenia e que foi torturado por agentes da PRF em Umbaúba (SE). Ele foi parado por agentes por andar de moto com documentos irregulares e sem capacete.
Ao ficar nervoso com a abordagem, Genivaldo começou a apanhar até ser levado para a viatura. Lá dentro, a polícia jogou uma bomba de gás e o impediu de sair – ele morreu sufocado após inalar a substância. Os agentes Paulo Rodolpho Lima Nascimento, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas foram condenados por triplo homicídio.
Uso político
Além de ações violentas, a PRF foi utilizada politicamente no segundo turno das eleições de 2022. Realizou diversos bloqueios em rodovias, principalmente no Nordeste, reduto eleitoral do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo era dificultar o deslocamento dos eleitores em uma região que apoiava majoritariamente o então candidato petista. Silvinei Vasques, que ocupava o cargo de diretor-geral da PRF na época, foi apontado como um dos responsáveis por essas ações, que só foram suspensas quando o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ameaçou para prendê-lo. ele depois de pedir que ele se explicasse.
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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