Cinco dias após a prisão do general Walter Braga Netto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou parecer favorável ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a prisão do ex-candidato a vice-presidente da República em 2022, na chapa por Jair Bolsonaro (PL). No documento, enviado na noite da última sexta-feira, o titular do Ministério Público, Paulo Gonet, avalia que os motivos da prisão do general continuam válidos.
A PGR já havia se manifestado publicamente há duas semanas a favor da prisão preventiva de Braga Netto, que, segundo o Ministério Público, visa evitar interferência na investigação do caso. O general de quatro estrelas é suspeito de liderar um plano golpista orquestrado logo após as eleições presidenciais de 2022.
Segundo investigação da Polícia Federal (PF), Braga Netto tentou obter dados da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro. No dia 5 de fevereiro, Cid confirmou que o ex-ministro e “outros intermediários” contataram seu pai, o general Mauro Lourena Cid, por telefone, com o objetivo de obter informações sobre a colaboração premiada.
“As tentativas do investigado de constranger a investigação em curso denotam a imprescindibilidade da medida extrema, haja vista que somente a segregação do agravante poderá garantir a cessação da prática de obstrução. atividade por parte do investigado, que traz à espécie um elemento de contemporaneidade”, sustenta a PGR, que avalia que medidas cautelares mais brandas não seriam suficientes para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação do direito penal.
A manifestação atende ao pedido do advogado de Braga Netto, José Luís Oliveira Lima, para que a Procuradoria-Geral da República avalie a possibilidade de substituição da prisão por outras medidas restritivas. A defesa do general condena a prisão preventiva e sustenta que esta não deveria ter sido decretada por se tratar de acontecimentos passados, alegando que há falta de contemporaneidade nos atos ilícitos.
Braga Netto, que ocupava o Ministério da Defesa e chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro, foi preso no dia 14 de dezembro por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. O magistrado destacou, na ordem de prisão, que o general ajudou a “obstruir as investigações em curso”, após obter dados confidenciais num esquema de colaboração com outros envolvidos no caso.
Ainda no despacho de Moraes, o ministro informou que a PF apontou “provas robustas” da participação de Braga Netto como planejador e executor na consolidação de um golpe de Estado no país, após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A trama não foi concretizada, segundo o ministro, por “circunstâncias alheias ao seu controle”.
A PF destacou, em nome do STF, que havia indícios de que o ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022 buscou contato com parentes do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro, em razão do acordo de delação premiada . que havia fechado.
“Essa constatação decorre, em especial, da localização de um documento na sede do Partido Liberal que descreve perguntas e respostas relacionadas ao acordo firmado entre Mauro Cid e a Polícia Federal. das ações do general Braga Netto”, sustenta a PF.
Na última quinta-feira, o general pediu depoimento à PF, segundo informações confirmadas pelo advogado. Segundo o criminalista José Lima — que já defendeu outros políticos, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, durante o escândalo do Mensalão —, Braga Netto ficou “tranquilo” diante das acusações, apesar de ainda considerar a situação incômoda e buscar para “esclarecer os fatos”.
Sem denúncia
A defesa informou ainda que o cliente não celebrará acordo de delação premiada, com a justificativa de que o general não teve envolvimento no planejamento de golpe para impedir a posse de Lula. “Ele respeita o Judiciário e confia que sua inocência será provada, tanto que pediu para depor imediatamente”, sustentou Lima. “Nosso primeiro ato foi pedir que ele fosse ouvido pela Polícia Federal para esclarecer todas as mentiras e restabelecer a verdade”, acrescentou.
A defesa deve contestar a afirmação de Mauro Cid, que incluiu Braga Netto entre os líderes da suposta trama golpista. “A denúncia de Mauro Cid pode ser pior que as piores ilegalidades da Lava-Jato”, afirmou a defesa do ex-ministro, que acrescentou: “O acordo dele deveria ter sido rescindido há muito tempo, ele muda de versão o tempo todo. uma ficção que, no momento oportuno, será desmascarada”.
A prisão do soldado aconteceu no apartamento onde ele mora, na Zona Sul do Rio de Janeiro, horas depois de chegar de Alagoas, onde passava férias com a família. Braga Netto foi o primeiro general quatro estrelas da história do país a ser preso. Ele está preso no Comando da 1ª Divisão do Exército, na capital fluminense, e não há previsão de sua transferência para Brasília.
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