O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou novo pedido de liberação de um valor de R$ 2,5 bilhões em emendas da comissão do Senado. O pedido, feito pela Procuradoria da Câmara, foi enviado ontem junto com explicações solicitadas pelo magistrado sobre a indicação de recursos. Essas alterações são coletivas e definidas pelas comissões permanentes de cada Câmara do Congresso Nacional.
Para Flávio Dino, o Senado não conseguiu comprovar que as indicações de recursos foram feitas por comissões, critério obrigatório, segundo a lei. “(Isso) leva à mesma contradição visceral: como cometer uma ‘alteração de comissão’ cuja indicação do beneficiário e do valor a ser repassado a ele não foram aprovados pela comissão?”, questionou.
Segundo o ministro, “esse controle do Colegiado Parlamentar não é um detalhe menor, pois todos os senadores são iguais quando se trata de alterações no processo orçamentário legislativo”. “Conforme já mencionado em decisões anteriores, a existência de ‘voto de liderança’ (ou algo semelhante), como existia anteriormente, é incompatível com a Constituição Federal.”
Dino aproveitou para negar que o Supremo esteja invadindo as competências do Congresso. “Ao contrário de versões incorretas, não se trata de ‘invasão’ do STF na esfera do Poder Legislativo ou de ‘judicialização’ da política. Trata-se de legítimo controle jurisdicional da validade dos atos administrativos, em função de normas aprovadas pelo Congresso Nacional.”
Ordem
A Procuradoria do Senado havia enviado ontem ofício ao Supremo no qual afirma ter atendido aos critérios de transparência exigidos pela Corte para indicação de emendas parlamentares, e solicitou a liberação dos recursos.
“O que se infere é que o Senado Federal observou o procedimento previsto nas normas vigentes para implementação das referidas alterações da comissão, o que deverá ser importante na promoção dos respectivos esforços, cujo prazo termina amanhã, 31 de dezembro de 2024 , salvo possíveis impedimentos técnicos, bem como a discricionariedade do Poder Executivo”, escreveu a Procuradoria do Senado. “Solicita-se, portanto, que este nobre tribunal autorize o Poder Executivo a cumprir sua tarefa de formalizar os compromissos em relação às alterações da comissão feitas pelo Senado Federal”, continuou.
O documento diz ainda que o “diálogo institucional” entre os Três Poderes trouxe “bons avanços no sentido da melhoria das regras orçamentais”. “O Senado cumpriu rigorosamente as determinações contidas nas decisões judiciais”, enfatizou a Procuradoria da Câmara Alta, no pedido que foi rejeitado por Dino.
Padronizar
O ministro reconheceu que o Senado avançou nos critérios de transparência exigidos pelo Supremo, mas disse que é preciso padronizar alguns desses procedimentos, já que a Câmara adota outro. “Noto que o procedimento adotado pelo Senado Federal difere daquele vigente na Câmara dos Deputados, e é desejável que — em algum momento — haja uma padronização, para que mais segurança jurídica regule a execução orçamentária e os procedimentos necessários entre os Poderes Legislativo e Executivo”, frisou Dino. “Noto que o Senado tem responsabilidades individualizadas entre os Líderes, em relação a cada indicação de ‘alteração da comissão’, o que significa um maior nível de transparência”, acrescentou.
O entendimento do juiz foi semelhante ao que ele tinha em relação aos R$ 4,2 bilhões indicados pela Câmara em carta confidencial enviada ao governo e assinada pelos 17 líderes da Casa, incluindo o líder do governo, José Guimarães (PT-CE) . O documento foi enviado ao Executivo no dia 12 de dezembro, mesma data em que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cancelou as sessões da comissão da Câmara para concentrar os esforços dos deputados no pacote de corte de gastos, que já estava no plenário.
Segundo a revista Piauí, a lista de 5.449 alterações incluiu R$ 180 milhões em novas indicações. A maior parte iria para Alagoas, estado de Arthur Lira. O PSol foi ao Supremo questionar os valores e Dino decidiu bloquear. Também determinou que a Polícia Federal abrisse inquérito para apurar possíveis irregularidades.
Tentar
Sem o funcionamento das comissões, não haveria forma de deliberar sobre as alterações das comissões. A Câmara tentou explicar a manobra, mas Dino não se convenceu. Ele disse que, ao examinar as petições da Câmara dos Deputados sobre o assunto, encontrou “o culminar de uma confusão em relação ao processo orçamentário – certamente sem precedentes”.
Ele também refutou o argumento dos advogados da Câmara de que as emendas das comissões não precisam ser aprovadas pelas comissões. “Tenha cuidado com a interpretação literal óbvia: uma ‘emenda do comitê’ deve ser aprovada pelo comitê”, escreveu ele. Apesar das críticas, ele decidiu liberar parte dos recursos.
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