O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o vice Ricardo Augusto de Mello Araújo (PL) foram empossados na tarde desta quarta-feira, 1º, para o mandato à frente da Prefeitura de São Paulo. A solenidade, realizada na Câmara Municipal, no Centro, marcou também a posse dos 55 vereadores eleitos em outubro. A solenidade foi presidida pelo vereador mais antigo, Eliseu Gabriel (PSB), conforme prevê o regimento da Casa.
Em seguida, os vereadores elegerão o novo presidente da Câmara e os membros do Conselho Diretor. Ricardo Teixeira (União Brasil), indicado por seu partido para concorrer à presidência da Câmara, recebeu posteriormente o apoio da bancada municipal do MDB, partido de Nunes, e despontou como um dos favoritos ao cargo.
A vereadora Zoe Martinez (PL) aproveitou o momento do diploma para manifestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, de seu partido: “Viva Bolsonaro!”, disse ela. Em resposta, parte do público presente reagiu com gritos de “não anistia”, em referência aos esforços do Congresso Nacional para aprovar um projeto que busca anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o que poderia beneficiar o ex-presidente ele mesmo.
Nunes também inaugurará a nova secretaria em cerimônia no Teatro Municipal. Como mostrou o Estadão, o prefeito optou por priorizar a continuidade, mantendo a maior parte de sua equipe no novo mandato.
O prefeito foi reeleito com 59,35% dos votos válidos, totalizando 3.393.110 votos na capital paulista, após derrotar Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) no segundo turno das eleições municipais de 2024. A vitória veio após um primeiro turno acirrado, em que Nunes garantiu a vaga no segundo turno com uma diferença de apenas 81.865 votos sobre o terceiro colocado, Pablo Marçal (PRTB), e 25 mil votos à frente de Boulos (PSOL), que ficou em segundo lugar. segundo lugar.
Composição da Câmara
O maior grupo partidário da nova legislatura na capital paulista é o PT, com oito cadeiras, mas a base de Nunes detém a maioria dos vereadores. O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve o mesmo número de cadeiras conquistadas em 2020. As fileiras do MDB, PL e União Brasil têm sete vereadores cada.
Uma das características marcantes das eleições foi o bom desempenho dos candidatos estreantes, que ficaram entre os cinco mais votados, deixando de fora nomes tradicionais como Adilson Amadeu (União Brasil), Arselino Tatto (PT), Paulo Frange (MDB), Gilson Barreto (MDB), Carlos Bezerra Júnior (PSD), além de Milton Leite (União Brasil), que após 27 anos na Câmara, optou por não concorrer a cargos eletivos. A taxa de renovação da Câmara foi de 63,3%, considerando os vereadores que concorreram e os que não buscaram a reeleição.
Embora figuras históricas da política paulista não tenham conseguido ser eleitas, jovens políticos com forte presença nas redes sociais foram destaque nesta eleição. O vereador mais votado de todo o Brasil, Lucas Pavanato (PL), que toma posse pela primeira vez, obteve 161,3 mil votos. O jovem de 26 anos, eleito tendo a segurança pública como um dos principais temas de campanha, disse ao Estadão que pretende propor projetos baseados nos valores conservadores que o elegeram e provocaram, dizendo que a oposição terá que “colocar ” com seu estilo de fazer as coisas. política.
“Viemos para ficar e, todos aqueles que não gostam de lidar connosco, não gostam de lidar com políticos como nós, terão de nos aturar, porque continuaremos a ocupar espaço”, disse. .
O segundo lugar entre os mais votados também tem uma estreante na disputa pelo Legislativo paulista. Trata-se da banqueira Ana Carolina Oliveira (Podemos) – mãe de Isabella Nardoni, morta em 2008 pelo pai e pela madrasta. Ela obteve 129.500 votos, com uma plataforma baseada na defesa de “todas as vítimas que sofrem em silêncio”. Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, Ana foi uma das principais apostas do Podemos na capital paulista, recebendo R$ 1,5 milhão do partido, além de um nobre número de urna.
O doutor Murilo Lima e o sargento Nantes, ambos do PP, ocuparam o terceiro e o quarto lugar com 113,8 mil e 112,4 mil votos, respectivamente. Lima focou na proteção animal, enquanto Nantes, com o apoio de Pablo Marçal, destacou a segurança pública.
Amanda Paschoal (PSOL), apoiada por Erika Hilton, foi a candidata de esquerda mais votada, com 108,6 mil votos, defendendo LGBTQIA+ e causas ambientais.
Alinhamento com Nunes e agendas conservadoras
Por conta da base, Nunes deverá encontrar menos resistência para aprovar projetos na Câmara Municipal. Segundo levantamento do Estadão feito com os 55 vereadores eleitos, sua base aliada poderia chegar a 30 parlamentares. A oposição ocupa 15 cadeiras, enquanto 10 membros do Legislativo se declararam independentes. Entre eles estão Rubinho Nunes (União) e Sargento Nantes (PP), ambos apoiadores de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno, contrariando as orientações de seus partidos.
Nomes como Trípoli (PV), Marina Bragante (Rede) e Eliseu Gabriel (PSB), de siglas que se vincularam ou que declararam apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) durante a disputa, também se declararam “independentes”.
A pesquisa do Estadão também mostrou que a maioria dos vereadores apoia agendas conservadoras, incluindo a ampliação do armamento e dos poderes da Guarda Civil Metropolitana (GCM), além da internação compulsória de dependentes químicos na região da Cracolândia.
PSDB sem representação
Uma ausência notável entre as bancadas partidárias é a do PSDB, outrora dominante na Câmara Municipal, mas “varrido” do mapa político nas últimas eleições. A candidatura a prefeito do apresentador José Luiz Datena (PSDB) registrou o pior desempenho da história do partido na capital paulista, com 1,84% dos votos válidos. Durante o primeiro semestre, o PSDB em São Paulo viveu uma divisão interna entre os apoiadores de sua própria candidatura e os partidários de apoiar a reeleição de Nunes.
A rixa levou à saída, em março, dos oito vereadores do partido. Em junho, após a oficialização da candidatura de Datena, o ex-ministro Aloysio Nunes, membro histórico do partido, anunciou sua desfiliação.
Isolado, o PSDB lançou a candidatura de Datena numa chapa de “sangue puro”. A campanha do apresentador não ganhou força nas pesquisas de intenção de voto e acabou marcada pelo episódio da cadeira de Pablo Marçal, candidato do PRTB, durante debate organizado pela TV Cultura. Ao final, os tucanos não elegeram nenhum dos 49 candidatos à Câmara.
CONSELHEIROS ELEITOS EM OUTUBRO DE 2024
1. Lucas Pavanato (PL) – 161.386 votos
2. Ana Carolina Oliveira (PODE) – 129.563 votos
3. Dr. Murillo Lima (PP) – 113.820 votos
4. Sargento Nantes (PP) – 112.484 votos
5. Amanda Paschoal (PSOL) – 108.654 votos
6. Rubinho Nunes (UNIÃO) – 101.549 votos
7. Luna Zarattini (PT) – 100.921 votos
8. Luana Alves (PSOL) – 83.262 votos
9. Dra. Sandra Tadeu (PL) – 74.511 votos
10. Pastora Sandra Alves (UNIÃO) – 74.192 votos
11. Silvão Leite (UNIÃO) – 63.988 votos
12. Isac Félix (PL) – 62.275 votos
13. Zoe Martinez (PL) – 60.272 votos
14. Rodrigo Goulart (PSD) – 58.715 votos
15. Danilo do Posto de Saúde (PODE) – 58.676 votos
16. Gabriel Abreu (PODE) – 58.581 votos
17. Edir Sales (PSD) – 58.190 votos
18. Alessandro Guedes (PT) – 58.183 votos
19. Celso Giannazi (PSOL) – 57.789 votos
20. Cris Monteiro (NOVA) – 56.904 votos
21. Silvinho (UNIÃO) – 53.453 votos
22. Thammy Miranda (PSD) – 50.234 votos
23. Nabil Bonduki (PT) – 49.540 votos
24. Janaina Paschoal (PP) – 48.893 votos
25. Fábio Riva (MDB) – 44.627 votos
26. Major Palumbo (PP) – 43.455 votos
27. Rute Costa (PL) – 43.090 votos
28. Sidney Cruz (MDB) – 42.988 votos
29. George Hato (MDB) – 42.837 votos
30. Sansão Pereira (REPUBLICANOS) – 42.229 votos
31. André Santos (REPUBLICANOS) – 41.379 votos
32. Hélio Rodrigues (PT) – 40.753 votos
33. Amanda Vettorazzo (UNIÃO) – 40.144 votos
34. Marcelo Messias (MDB) – 40.079 votos
35. Marina Bragante (REDE) – 39.147 votos
36. Trípoli (PV) – 39.039 votos
37. Simone Ganem (PODE) – 38.540 votos
38. Sandra Santana (MDB) – 38.326 votos
39. João Jorge (MDB) – 36.296 votos
40. Ely Teruel (MDB) – 35.622 votos
41. Professor Toninho Vespoli (PSOL) – 34.735 votos
42. Silvia da Bancada Feminista (PSOL) – 34.537 votos
43. Sonaira Fernandes (PL) – 33.957 votos
44. Dr. Milton Ferreira (PODE) – 33.493 votos
45. João Ananias (PT) – 33.225 votos
46. Kenji Palumbo (PODE) – 32.495 votos
47. Ricardo Teixeira (UNIÃO) – 31.566 votos
48. Jair Tatto (PT) – 30.905 votos
49. Eliseu Gabriel (PSB) – 30.706 votos
50. Dheison (PT) – 30.575 votos
51. Senival Moura (PT) – 30.480 votos
52. Renata Falzoni (PSB) – 30.206 votos
53. Keit Lima (PSOL) – 27.769 votos
54. Adrilles Jorge (UNIÃO) – 25.038 votos
55. Gilberto Nascimento (PL) – 22.306 votos
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