A recente nomeação do empresário sertanejo Uugton Batista para a Secretaria de Cultura de Goiânia, feita pelo prefeito Sandro Mabel (União), tem gerado intensos debates no setor cultural e na política local. A decisão de colocar na liderança do departamento um nome com forte ligação ao bolsonarismo suscitou preocupações entre artistas e especialistas, que questionam a compatibilidade do perfil do novo secretário com os desafios e demandas da diversidade cultural da cidade.
O vereador Fabrício Rosa (PT), crítico à escolha, destacou os riscos de nomear uma figura com pouca experiência em políticas públicas culturais e com histórico polêmico. Segundo Rosa, Uugton Batista, além de se posicionar como aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que reduziu drasticamente o financiamento cultural quando estava no poder, tem uma carreira marcada por acusações de crimes e episódios que levantam dúvidas sobre sua aptidão para a posição. “Estamos falando de alguém que já foi condenado por porte ilegal de arma e acusado de homicídio num caso mal explicado na BR-60. Além disso, há denúncias de violência doméstica contra ele. Esse é um perfil incompatível com a sensibilidade e a diversidade que a gestão cultural exige”, declarou o vereador.
Rosa também criticou a visão limitada de Batista sobre a cultura goiana. “Fica restrito ao diálogo com a população do campo, deixando de lado outras expressões culturais importantes do nosso estado, como cavalhadas, congadas, quilombolas e manifestações artísticas urbanas, como o hip-hop e a cultura LGBTQIA+”, afirmou.
Acompanhe o canal Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Para o parlamentar, a nomeação sinaliza um alinhamento político entre o prefeito Sandro Mabel e o governador Ronaldo Caiado e setores conservadores, visando agradar a base bolsonarista goiana.
A escolha de Uugton Batista ocorre em um momento de transição no departamento, que vinha sendo alvo de críticas devido à gestão anterior. O ex-secretário Zander Fábio enfrentou denúncias de corrupção, como desvio de recursos de projetos culturais e irregularidades em contratos públicos. Segundo relatos, empresas e artistas foram favorecidos em troca de vantagens pessoais, prejudicando a implementação de políticas culturais amplas e transparentes.
Embora a gestão anterior tenha sido marcada por escândalos financeiros, Rosa teme que o problema passe agora para outro campo. “Passamos de um contexto de corrupção para um perfil de violência. É como se a cultura de Goiânia sempre tivesse sido refém de interesses que não dialogam com a comunidade e com a promoção da diversidade cultural”, destacou.
O secretário Uugton Batista afirmou que, de todas as denúncias que recebeu da imprensa goiana, apenas a condenação por porte de armas é verdadeira e que ele já cumpriu pena. Ele explicou que as acusações de assédio às filhas, feitas pela ex-mulher, nada mais são do que mentiras e acusações pessoais motivadas pelo interesse na disputa patrimonial. “Foi feito um exame e a fraude foi confirmada. Nunca houve abusos. Nunca abusaria das minhas filhas ou de qualquer outra pessoa”, frisou. Batista garantiu que os processos por violência doméstica foram ajuizados pelo Ministério Público de Goiás e pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Sobre a colisão que matou duas pessoas em 2019. Batista atribuiu o incidente às condições climáticas e à falta de iluminação. Ele explicou que estava indo para Brasília e estava chovendo, quando percebeu o carro à sua frente, freou e o sistema travou as rodas, causando a colisão. “Fiz todos os exames, inclusive exames de sangue, que mostraram que não havia consumido álcool. comigo”, lamentou.
Quanto às críticas que recebe por ter ligações diretas com artistas sertanejos, disse que não pretende contratá-los. “Muitos artistas moram em Goiânia e querem o bem da cidade. Não querem espaço na agenda de shows”, explicou Batista, que finalizou dizendo que o fato de ter apoiado Bolsonaro não o torna igual. Muitos me associam ao Bolsonaro, mas o meu CPF é um e o dele é outro. Fui forjado por Íris Rezende e não concordo com tudo que Bolsonaro fez ou faz. Eu apenas o apoiei.”
Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Goiânia destacou que “o secretário de Cultura de Goiânia, Uugton Batista, assumiu recentemente o cargo com a missão de fortalecer e promover políticas públicas culturais. Batista é conhecido no setor cultural goiano, já realizou grandes eventos no estado e tem experiência em cargos públicos, tendo inclusive atuado como Diretor de Políticas e Eventos da Secretaria Municipal de Cultura entre 2017 e 2018. O objetivo da Secretaria de Cultura de Goiânia é implementar uma gestão democrática que incentive todos os setores culturais da capital”.
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado