O anúncio feito nesta terça-feira (01/07) por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, de encerrar parcerias com fact checkers e implementar as chamadas “notas da comunidade” como ferramenta de combate à desinformação, gerou grande repercussão no Brasil.
Esta não é a primeira vez que decisões de gigantes da tecnologia provocam reações no país. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) interveio contra o Meta ao considerar inconstitucionais práticas que limitavam o alcance de conteúdos sem transparência. O episódio gerou um intenso debate sobre a autonomia das big techs e o papel do Judiciário na regulação do espaço digital.
A medida gerou fortes críticas e elogios por parte dos políticos brasileiros, que consideram a decisão uma declaração de guerra ao mundo e um ataque às instituições democráticas. O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) disse nas redes sociais que o empresário só pensa em dinheiro e poder. “Ele aceita tudo por dinheiro. Depois de Elon Musk, agora é a vez de Mark Zuckerberg abraçar a extrema direita para aumentar ainda mais sua fortuna – já estimada em mais de US$ 200 bilhões. Democracia para os bilionários da Big Tech é apenas uma palavra bonita e nada mais. Revoltante!”, declarou.
O deputado André Janones (Avante-MG) lamentou o que chamou de aliança entre Zuckerberg e a extrema direita global, afirmando que o objetivo é produzir mentiras e prejudicar minorias. “A extrema direita que vive de mentiras está comemorando a decisão de Mark Zuckerberg de se juntar a Donald Trump e Elon Musk em favor de mentiras e ataques a minorias, mas esquecem que aqui no Brasil temos leis e Musk voltou com o rabo entre as pernas e obedeceu Ministro Alexandre de Moraes”.
As declarações de Zuckerberg também provocaram reações do governo federal. O secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, João Brant, criticou duramente o presidente da Meta, interpretando suas declarações como um ataque direto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e às iniciativas de fact-checking. Brant afirmou que a posição de Zuckerberg “antecipa o início do governo de Donald Trump” e revela uma aliança entre Meta e os Estados Unidos contra países que buscam regular o ambiente digital para proteger direitos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação. Durante entrevista na TV, ele afirmou que a nova política da Meta aumenta os riscos de disseminação de desinformação. “Tivemos um anúncio de uma importante organização global dizendo que removerá os filtros contra notícias falsas, aderindo à mentalidade de que a liberdade de expressão inclui calúnia, mentira e difamação. Isso nos preocupa profundamente”, disse Haddad.
Anúncio é comemorado por parlamentares de direita
Por outro lado, os parlamentares conservadores comemoraram o anúncio. O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) comparou a postura de Zuckerberg à de Elon Musk, interpretando a decisão como um avanço na luta pela liberdade de expressão. “A prioridade agora será restaurar a liberdade de expressão. Cada vez mais o Brasil se isola como o país da censura!”, disse.
De forma semelhante, Marcel Van Hattem (Novo-RS) elogiou o movimento como um marco contra o autoritarismo global, destacando a ligação com a ascensão de Donald Trump nos EUA e a resistência às políticas autoritárias na América Latina. Van Hattem também criticou governos que, segundo ele, utilizam mecanismos de censura para se perpetuarem no poder: “Este momento de censura e autoritarismo começa a chegar ao fim. A decisão de Zuckerberg é um passo importante nessa luta”, afirmou.
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