O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comparou nesta segunda-feira (20/1), o interesse do governo em aumentar a fiscalização do Pix com o interesse romântico que os homens teriam em enviar flores para uma mulher. Segundo o ex-presidente, ninguém manda flores para uma mulher sem ter uma intenção oculta.
“(Quando o governo) faz uma instrução normativa, ele quer alguma coisa. Ninguém manda flores, nós homens, para mulheres se não tivermos alguma intenção com elas. Namorar, (se estiver) apaixonado, a não ser que seja o aniversário dela, ou qualquer outra data”, disse Bolsonaro ao canal AuriVerde Brasil.
“Jair Bolsonaro, que criou o Pix, Lula começou a preparar o ambiente para que todos que ganhavam mais de R$ 5 mil por mês, de uma forma ou de outra, tivessem um encontro com o erro”, acrescentou.
O ex-presidente se referia às regulamentações da Receita Federal que aumentaram a fiscalização das transações financeiras, inclusive do Pix. Com forte presença nas redes sociais, a oposição conseguiu pressionar o governo a recuar, o que foi visto pelos especialistas como um tiro no pé.
Bolsonaro não criou o Pix
A afirmação de Bolsonaro sobre ter criado o Pix é falsa. Em 2022, o então candidato utilizou o Pix como um dos trunfos de seu governo, mas quando a ferramenta foi lançada, em 2020, Bolsonaro não sabia do que se tratava.
No dia 5 de outubro daquele ano, cerca de um mês antes do lançamento do Pix, Bolsonaro foi elogiado por um apoiador ao sair do Palácio da Alvorada para a iniciativa. Ele confundiu o Pix com uma questão de aviação civil e, ao ser corrigido pelo apoiador, disse não ter conhecimento disso.
Na campanha eleitoral de 2022, o Sindicato dos Funcionários do Banco Central (Sinal) refutou as declarações de Bolsonaro sobre o assunto após entrevista do então presidente ao Jornal Nacional.
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“O candidato Jair Bolsonaro em entrevista ontem ao Jornal Nacional disse que seu governo criou o Pix, o que não é verdade. Esse sistema de pagamentos instantâneos foi criado e implementado por Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil – ou seja, por servidores públicos do Estado, e não pelo atual governador ou qualquer outro governo”, disse Sinal.
“O Portaria do Banco Central nº 97.909 (PDF, 582kB)que estabeleceu o grupo de trabalho para desenvolver uma ferramenta de pagamento instantâneo interbancário, foi publicada em 3 de maio de 2018, muito antes da eleição do atual governo”, explicou na altura o sindicato.
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