O foco da primeira parada da delegação brasileira, em Riad, é a participação em um encontro entre fundos de investimentos brasileiros e da Arábia Saudita, para discutir estratégias, propostas de projetos e oportunidades de cooperação. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, se reunirá amanhã com o ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid Al Falih, e com o ministro da Defesa do país, príncipe Khalid bin Salman.
O governo brasileiro tem trabalhado para aprofundar as relações com os países árabes. No início de março, o Ministério de Investimentos saudita anunciou que estuda abrir um escritório comercial em São Paulo. O país também anunciou, no ano passado, um investimento de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 52,5 bilhões) no Brasil, a maior parte dos quais deverá ser destinada a obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O governo brasileiro tem interesse em estreitar essas relações, já que o Oriente Médio é um dos maiores destinos dos produtos agrícolas brasileiros. Em 2023, o Brasil exportou US$ 3,2 bilhões (R$ 16,8 bilhões) para a Arábia Saudita —o maior valor da última década. No topo da lista de exportações estão carne de frango, açúcar, melaço e milho não moído, segundo a Apex Brasil.
Outro destaque da lista de exportações dos sauditas no ano passado foram os óleos combustíveis de petróleo — que atingiram US$ 101,7 milhões, crescimento de 436% desde 2019.
20 anos de Cosban
Em Pequim, altos membros dos governos chinês e brasileiro se reúnem para discutir a relação comercial e diplomática entre os países. A 7ª Sessão Plenária da Comissão de Alto Nível Sino-Brasileira para Concertação e Cooperação (Cosban) marca os 20 anos da criação da organização, que coordena o diálogo entre Brasil e China. A reunião coincide com o 50º aniversário das relações diplomáticas.
A delegação brasileira trabalha com a expectativa de anunciar o aumento das exportações brasileiras para a China e a atração de investimentos em infraestrutura, ciência e tecnologia, inovação e agricultura. “Temos expectativas muito positivas de resultados em todas as áreas, inclusive na agricultura”, disse o ministro Pedro Murilo Ortega Terra, diretor do Departamento de China, Rússia e Ásia Central do Ministério das Relações Exteriores.
Alckmin chega terça-feira a Pequim e participa de reunião com especialistas chineses na Embaixada do Brasil. No dia seguinte, haverá um seminário de negócios e a expectativa é de que participem cerca de 200 executivos brasileiros e chineses. Em seguida, Alckmin participou da reunião do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) — que reúne representantes de empresas como BNDES, Vale, Bradesco, Petrobras, Kwai, Alibaba e TCL.
A plenária da Cosban acontecerá na quinta-feira, no Grande Salão do Povo —sede do Parlamento Chinês. Antes do encontro, Alckmin e o vice-presidente da China, Han Zheng, têm uma reunião privada. À tarde, o vice-presidente brasileiro terá reuniões com empresários.
“Os 20 anos da Cosban são um marco importante para a consolidação das relações entre China e Brasil. Este é o principal mecanismo de diálogo e coordenação regulares entre os dois países. Agiliza o diálogo e facilita o estreitamento de laços”, destacou Alckmin ao Correspondência.
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