O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desmentiu o técnico Pablo Marçal (PRTB) e reiterou o desejo de apoiar o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), na disputa pela prefeitura de São Paulo, em outubro. Em conversa com o jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 5, Bolsonaro disse estar comprometido com a reeleição do emedebista e que jamais deixaria Marçal falar em seu nome.
Bolsonaro e Marçal tiveram uma conversa que durou cerca de uma hora em Brasília nesta terça-feira, 4. O treinador recebeu de presente uma medalha “imbrochável” e declarou, após a reunião, que o prefeito não receberia mais o apoio de Bolsonaro e do PL. A notícia trouxe desconforto à campanha do prefeito, que o contatou diretamente para apurar a reportagem.
“Em nenhum momento eu disse a ele que não apoiaria Ricardo Nunes. Portanto, ele errou, ou alguém errou. Estou tranquilo da minha parte”, disse Bolsonaro. “Eu disse que já tinha compromisso com Nunes, porque o vice-presidente é meu, Mello Araújo”, acrescentou o ex-presidente, em referência ao coronel da PM Ricardo Mello Araújo, seu preferido para estar na chapa do prefeito.
“É lógico que o seu artigo (o jornal O Estado de S. Paulo publicou os discursos do Marçal) complicou, mas já falei com o prefeito e está tudo bem, está tudo resolvido. Se eu mudasse de lado, algo assim, eu conversaria com o Valdemar (Costa Neto, presidente do PL), falaria publicamente, não deixaria ele falar”, disse. Bolsonaro acredita que Marçal tem o potencial para terminar “no mínimo” em terceiro lugar em São Paulo “Mas eu jamais faria um ato tão descortês com meu partido, com Valdemar e Ricardo Nunes.”
O ex-presidente evitou responder diretamente se a aliança poderia ser dissolvida caso Mello Araújo não fosse escolhido por Nunes. “Da minha parte é ele, mas há vários partidos na coligação. Pelo que sei, por enquanto não há oposição ao nome dele. É um tipo discreto, um coronel da Rota, que esteve dois anos à frente da Ceagesp e Ele organizou tudo. Ele sabe ser gestor e obviamente ajudaria se fosse vice-presidente.” Nunes afirmou que a escolha será feita em conjunto com todos os partidos e só será divulgada próximo ao prazo das convenções partidárias, entre julho e agosto.
Tour com bolsonaristas em Brasília
Pablo Marçal entrou na disputa pelo PRTB, partido pequeno que não tem direito a espaço publicitário em rádio e TV, nem presença garantida em debates, criticando Padre Kelmon. Em pesquisa recente do Datafolha, porém, obteve 7% em um cenário e 9% em outro no cenário estimulado, em que os nomes são apresentados aos eleitores. Nunes e seu principal adversário no momento, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), ainda lideram em ambos.
Nos bastidores, o encontro do empresário com Bolsonaro e aliados em Brasília é lido como uma forma de pressionar pela indicação do militar Bolsonaro para o cargo de vice-prefeito na chapa de Nunes. Marçal agora aproveita a onda para vincular sua imagem ao bolsonarismo e tentar subir nas pesquisas atraindo votos da direita.
Após a reunião, o treinador declarou ao Estadão que Bolsonaro não apoiaria Nunes e que o candidato à reeleição estaria desidratando na disputa, posição agora negada pelo ex-presidente. Marçal recebeu de Bolsonaro a medalha de “imbrochável”, “imortal” e “não comestível”. “Houve alguns anos em que quis vencer”, disse ele.
Além do próprio Bolsonaro, o pré-candidato também se encontrou com diversos apoiadores de Bolsonaro no Congresso e gravou vídeos para as redes sociais, onde tem mais de 10 milhões de seguidores. Alguns deputados questionaram o acordo do PL com o MDB na maior cidade do país. “A política muda muito, quem sabe não estaremos juntos nas eleições”, declarou o deputado José Medeiros (PL-MT).
Em discurso no plenário, o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) desejou “sucesso” ao treinador contra o prefeito de São Paulo, que é do seu próprio partido. “A democracia precisa ter o maior número de pessoas comprometidas com a liberdade econômica, com os valores familiares, concorrendo nas próximas eleições”, disse ele, apoiador de Bolsonaro.
Marçal também foi recebido no gabinete do PL pelo vice-líder da oposição na Câmara, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB). Em imagens divulgadas pelo treinador, Silva aparece dizendo que o povo queria Marçal na Câmara, em referência aos 250 mil votos obtidos em São Paulo e posteriormente anulados com a candidatura rejeitada pela Justiça Eleitoral.
O empresário chegou a desfilar com um broche de parlamentar pelos corredores da Câmara, sem revelar quem entregou o objeto.
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