Ontem, o Conselho de Ética da Câmara aprovou o arquivamento do processo de cassação do mandato do deputado André Janones (Avante-MG), acusado pelo PL de liderar um esquema “rachadinha” em seu gabinete. O parecer do relator Guilherme Boulos (PSol-SP) foi aprovado por 12 x 5. Ele considerou que o caso não deveria seguir adiante, argumentando que as denúncias eram anteriores ao atual mandato de Janones. Ele destacou ainda que as acusações eram de conhecimento público desde 2022.
Quando o resultado favorável a Janones foi declarado, seguiu-se uma imensa confusão. Os bolsonaristas atacaram o parlamentar com insultos e ameaças de agressões físicas. Em determinado momento, ele foi cercado pelos deputados delegado Éder Mauro (PL-PA), Delegado Caveira (PL-PA), Zé Trovão (PL-SC) e Nikolas Ferreira (PL-MG). O mínimo que se ouvia naquele momento eram gritos de “ladrão”, “vagabundo” e “safado” na direção de Janones.
O deputado, porém, decidiu reagir às agressões verbais e passou a rebate-las, tornando a situação ainda mais tensa. A Polícia Legislativa interveio para tentar acalmar. Zé Trovão teve que ser contido, pois queria atacar Janones —que, por sua vez, escolheu Nikolas como alvo dos insultos. Ele o chamou para lutar, desde que viesse sem seguranças.
Mesmo tendo sido retirado da sala onde ocorreu a sessão, a confusão continuou pelos corredores. Nikolas e um grupo de conselheiros seguiram Janones e os dois trocaram vários insultos. O deputado do PL provocou o deputado do Avante ao convocá-lo para a luta, o que quase aconteceu se assistentes e seguranças não o tivessem detido.
Tensão
Mas, antes de toda a confusão, já estava claro que o clima na sessão era de profunda animosidade. Ao justificar o conteúdo do relatório que preparou, Boulos e Pablo Marçal (PRTB) —que compareceu à sessão e usou irregularmente na lapela um distintivo de deputado federal, coisa que ele não é— também trocaram insultos.
“O debate que está acontecendo aqui, e que consta no relatório, que nenhum dos que aqui atuaram abordou. Trouxeram até um péssimo treinador para tentar atrapalhar a sessão. o mau treinador ainda está aqui — que não vende sua candidatura a prefeito (de São Paulo) Ricardo Nunes Vá até o fim, quero enfrentar você nos debates. Não venda sua candidatura, porque tem gente. que estão falando que você já está vendendo”, provocou. Boulos, que assim como Marçal é pré-candidato a prefeito de São Paulo. “Se a Corte concluir que, no caso do deputado André Janones, houve crime, que ele seja punido. Ora, não é esse o debate que está sendo feito aqui”, acrescentou o relator.
A representação do PL acusou o deputado do Avante de cobrar transferências de parte dos salários dos funcionários que trabalhavam no seu gabinete. Janones foi gravado, em 2019, exigindo a cisão, sob o argumento de que os funcionários com salários mais elevados devolveriam parte da remuneração para que o seu património pessoal pudesse ser reposto. O caso é investigado pela Polícia Federal (PF). (Colaboração de Fabio Grecchi)
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