O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem ao Rio Grande do Sul para anunciar novas medidas de apoio ao estado. O governo federal pagará duas parcelas de um salário mínimo cada para mais de 400 mil trabalhadores gaúchos. Com a medida, espera aliviar o fluxo de caixa das empresas e evitar demissões. A contrapartida é a garantia de empregos por quatro meses, mas a participação dos empresários é facultativa. Lula também aumentou o número de prefeituras beneficiadas por programas federais, como o auxílio de R$ 5,1 mil aos atingidos e a parcela extra do Fundo de Participação Municipal.
Três medidas provisórias (MPs) foram assinadas em Arroio do Meio, que foi duramente atingido pelas enchentes. O governo pagará diretamente aos trabalhadores R$ 1.412 por dois meses. O Ministério do Trabalho e Emprego estima que 434.253 pessoas serão beneficiadas, sendo 326.086 trabalhadores formais, 40.383 trabalhadores domésticos, 36.584 estagiários e 27.220 pescadores artesanais.
“Vamos, através da MP, estabelecer, primeiro, a adesão das empresas. Elas poderão dizer: ‘Concordo’. Ofereceremos duas parcelas de salário mínimo a todos os trabalhadores formais que foram atingidos pela enchente.) “, declarou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Segundo ele, todos os municípios que estiverem na zona de inundação, estejam ou não em estado de emergência, serão beneficiados.
A proposta atende parcialmente uma demanda do setor produtivo gaúcho, apresentada ao presidente Lula nesta quarta-feira pelo governador Eduardo Leite. O pedido inicial era flexibilizar as regras trabalhistas, no estilo do que foi feito durante a pandemia da Covid-19, com o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda — que permitiu o congelamento dos contratos de trabalho e a redução da jornada de trabalho. Leite acompanhou Lula nos bairros atingidos pelas enchentes, mas não participou do anúncio das medidas.
“Esse momento não é hora de ficar em casa, é hora de reconstrução. É verdade que vamos sofrer muito nesse processo aqui, todos nós. Quero pedir aos empresários que tenham compreensão e façam uma verdadeiro esforço”, disse Luiz Marinho, que integrou a comitiva de Lula ao lado dos ministros Paulo Pimenta (Secretaria Extraordinária de Reconstrução do Rio Grande do Sul), Waldez Góes (Desenvolvimento e Integração Regional), Nísia Trindade (Saúde) e Jader Filho (Cidades) .
Após visitar áreas afetadas pelas enchentes, Lula garantiu mais uma vez que o governo não deixará de apoiar o estado e as prefeituras, mas alertou que não é possível reconstruir casas nos mesmos locais. Ele pediu aos prefeitos que avaliassem terrenos mais seguros e próximos e que comprassem as áreas, se necessário.
Menos burocracia
O presidente exigiu a desburocratização nas ações contra desastres. Disse que não adianta destinar recursos e anunciar medidas se não há condições de levar os projetos adiante. “Precisamos garantir que os manuais que foram criados para tratar dos problemas em tempos normais sejam alterados para que possamos lidar com as coisas em tempos de anormalidade. Não queremos descumprir nenhuma lei, nenhuma regulamentação, desrespeitar a Câmara, o Senado , não se quer desrespeitar ninguém”, sublinhou.
Sem citar o governo do estado e as prefeituras do Rio Grande do Sul, Lula apontou erros na prevenção de desastres, citando a falha de diques e bombas na Região Metropolitana de Porto Alegre. “Essa coisa que aconteceu no Rio Grande do Sul não é normal. Parte tem muito a ver com a questão climática, e parte tem a ver, muitas vezes, com o descaso com a manutenção de coisas que precisavam ser cuidadas com o tempo. Agora, não queremos procurar alguém para culpar.”
O presidente voltou ao Rio Grande do Sul acompanhado de uma delegação ministerial e do governador Eduardo Leite. O tucano estava em Brasília e pegou carona no avião presidencial. Pela manhã, o presidente esteve em Cruzeiro do Sul e percorreu o bairro Passo de Estrela, onde mais de 600 casas foram totalmente destruídas.
Ele garantiu ajuda aos moradores do bairro, mas afirmou que demoraria para concluir a construção. Mencionou que será necessário encontrar novos terrenos, prepará-los, construir as casas, pavimentar e construir todas as infra-estruturas. “Não podemos deixar você num barraco. Você tem que fazer o que é bom, não tem como fazer isso em uma semana.”
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
cartões bmg consignado
emprestimos para servidor publico
bancos consignados
empréstimo pan
meu consignado
emprestimo simulação
simular empréstimos
simule emprestimo
empréstimo simulação