A Polícia Federal prepara uma lista dos foragidos do 8 de janeiro que fugiram para a Argentina. A corporação atua por meio de seu Anexo em Buenos Aires para identificar os suspeitos no país. Eles entraram pelas fronteiras terrestres e aquáticas nos últimos meses.
As investigações indicam que alguns suspeitos solicitaram asilo ao governo de Javier Milei, com a expectativa de que sejam atendidos devido à proximidade do atual presidente da Argentina com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os pedidos de extradição serão encaminhados através do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“A Polícia Federal irá listar todos os condenados que possivelmente estejam na Argentina e encaminhar, via Ministério da Justiça e Segurança Pública, os pedidos de extradição. Tudo será feito em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores e o Supremo Tribunal Federal”, informou o PF, em nota.
“O Anexo da PF em Buenos Aires está realizando uma coordenação no âmbito policial, e os nomes dos fugitivos serão incluídos na Rede Anfast de capturas da Ameripol”, acrescentou a corporação, em referência à organização policial internacional semelhante à Interpol, com a participação de países das Américas. Acredita-se que pelo menos 65 pessoas suspeitas de envolvimento nos ataques de 8 de janeiro estejam na Argentina.
Na quinta-feira, a PF prendeu 50 foragidos. No entanto, mais de 100 ainda estão sendo procurados. O pedido de extradição é avaliado pelo governo brasileiro como um termômetro para saber a temperatura das relações diplomáticas entre Brasil e Argentina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu à posse de Milei no início do ano. O líder argentino fez uma série de críticas ao petista e ao governo brasileiro. Ele também se alinhou com outros nomes da extrema direita global, como o bilionário Elon Musk.
Operação
Segundo as investigações, a maioria dos fugitivos entrou no país vizinho sem passar pelo controle de imigração. Muitos deles entraram a pé, atravessando o Paraná, ou atravessando o rio que divide as duas nações. A PF conseguiu impedir a travessia de dezenas de pessoas neste ano. No entanto, ele acredita que houve foragidos que acessaram o país vizinho dentro do porta-malas dos veículos. A corporação trabalha com a inteligência argentina para monitorar os passos dos suspeitos.
Na operação desta semana, a PF deflagrou uma ação para cumprimento de 169 mandados de prisão contra os acusados. As ordens de encarceramento foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
As ações aconteceram em 18 estados e no Distrito Federal. Além das prisões, as equipes policiais cumpriram mandados que determinavam a substituição das tornozeleiras eletrônicas para os réus que desobedecessem às medidas cautelares.
Entre as medidas cautelares descumpridas estão o não comparecimento em juízo, para quem for obrigado a fazê-lo periodicamente, e a mudança de endereço sem conhecimento do Poder Judiciário.
“Ao longo de 27 fases, a Operação Lesa-Pátria realizou centenas de detenções contra vândalos, financiadores, autoridades negligentes e instigadores dos crimes praticados no início do ano passado”, afirmam os investigadores em comunicado.
“Mais de duzentos réus descumpriram deliberadamente medidas cautelares judiciais ou ainda fugiram para outros países, com o objetivo de evitar a aplicação da lei penal”, destacou o comunicado da PF.
O Lesa-Pátria foi lançado no ano passado, logo após extremistas invadirem a sede dos Três Poderes em Brasília. A operação tornou-se permanente, ou seja, não há prazo para encerrá-la, e as medidas são executadas de acordo com as exigências e determinações do Tribunal.
Os presos na operação terão seus casos analisados pelo Supremo. Desde o ano passado, a Corte realizou uma série de julgamentos no plenário virtual contra acusados de vandalizar prédios públicos: Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF. As penas variam de acordo com os crimes cometidos por cada pessoa. O descumprimento de medida cautelar pode levar o investigado à prisão no decorrer do processo.
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