O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou ontem que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 318,5 milhões para combater o crime organizado na Amazônia. Os recursos serão aplicados na compra de equipamentos e tecnologias para enfrentar o avanço de duas das maiores facções criminosas do país, que além de dominarem as rotas do tráfico de drogas, também estão envolvidas na pesca ilegal e no desmatamento e no contrabando. de metais preciosos e estratégicos e de biocontrabando — de espécimes vegetais e animais, vendidos no mercado negro e utilizados para o desenvolvimento de medicamentos e elementos químicos finos.
O dinheiro virá do Fundo Amazônia, destinado a ações de preservação do bioma e que tem como principais financiadores os governos da Noruega e da Alemanha —com contribuições menores dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Dinamarca e da União Europeia. Segundo Lewandowski, o BNDES deverá destinar um total de R$ 1,2 bilhão.
O ministro ressaltou que os recursos serão utilizados principalmente para aquisição de equipamentos. Parte do dinheiro também irá para o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), que deverá ser inaugurado até o final do ano. “Acabamos de receber uma contribuição financeira da
R$ 318,5 milhões para desenvolver ainda mais esse plano. Significa agora uma integração real dos nove estados que compõem a Amazônia Legal e, também, cooperação com os países que circundam a Amazônia”, explicou.
Um dos investimentos será formar uma flotilha de barcos blindados, para enfrentar o fogo pesado das facções criminosas. “As lanchas comuns não são suficientes para combater o crime organizado”, disse Lewandowski.
Esse R$ 1,2 bilhão a ser aportado pelo BNDES será repassado parceladamente, dependendo da disponibilidade financeira da instituição. A CCPI reunirá membros do Brasil e de países vizinhos que tenham a Amazônia em seu território —serão convidados a participar representantes da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A ideia é aumentar a integração na troca de informações e realizar operações conjuntas.
Questionado sobre o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia, que pediu mais agilidade na aplicação dos recursos, Lewandowski negou que se tratasse de pular etapas. “O que ele reclama, e com razão, é que a nossa legislação que estabelece regras para licitações públicas é extremamente formal e burocrática. O que ele pede é que tenhamos atenção especial, para que possamos manter o ritmo dessas licitações e apresentar resultados no prazo curto”, disse Lewandowski.
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