O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade, ontem, ao presidente Luis Arce, da Bolívia, que na quarta-feira sofreu uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo general Juan José Zúñiga — que acabou preso. Em entrevista a uma rádio mineira, ele enfatizou a necessidade do fortalecimento das instituições democráticas no país vizinho e que sua viagem a Santa Cruz de La Sierra, no dia 9 de junho, poderá ajudar nessa consolidação.
“Estarei em Santa Cruz de La Sierra no dia 9. Mostrarei a essas pessoas que só a democracia é capaz de permitir o crescimento da Bolívia”, frisou.
O governo brasileiro cogitou adiar a viagem à Bolívia, mas, com o fracasso da tentativa de quartel, manteve a agenda. Lula se reunirá com Arce e conhecerá empresários do país vizinho.
“A Bolívia é um país que tem muitos interesses internacionais ali concentrados, porque é a maior reserva de lítio do mundo. E tem outros minerais críticos e de grande importância. um golpe. Sou contra golpes, sou a favor da democracia. É muito importante manter a Bolívia governada democraticamente, porque se não for assim, a Bolívia não pode entrar no Mercosul”, reforçou.
Entre os assuntos a serem discutidos no encontro com Arce, um é de especial importância para Lula: o projeto de integração sul-americana por meio da construção de uma série de estradas e canais ligando o Brasil aos países vizinhos. O plano foi elaborado pela ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento).
Apoio ao Pacheco
Na mesma entrevista, o presidente comentou o cenário eleitoral para Minas Gerais em 2026. Lula destacou que apoiará o atual presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) caso ele decida concorrer ao governo mineiro.
“Tenho conversado com as pessoas. Se o Pacheco quiser ser candidato, será um candidato extraordinário para o povo mineiro. Tenho falado isso para o Pacheco. Não sei o que ele quer, se ele quer ser senador. Considero-o a personalidade mais importante de Minas hoje, uma pessoa pública jovem e competente. Ele decide o que quer fazer e o que posso dizer é que quero ficar junto”, garantiu Lula.
O senador é cotado para concorrer contra o indicado do atual governador, Romeu Zema — que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro —, cuja participação na disputa de 2026 já indicou que será intensa.
Na entrevista, Lula estava acompanhado não só de Pacheco, mas também de Alexandre Silveira. Questionado sobre o ministro de Minas e Energia, o presidente não fez muitos elogios. “Ele não tem preguiça. É capaz de tomar café em São Paulo, almoçar em Minas, jantar no Rio de Janeiro e dormir no Rio Grande do Norte. Nunca vi nada igual”, disse Lula.
Alexandre Silveira é do mesmo partido de Pacheco e é senador licenciado. Ele esteve diretamente envolvido na crise que culminou na saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras —foi substituído por Magda Chambriard.
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