A cúpula da direita que acontece neste fim de semana em Balneário Camboriú (SC) começou neste sábado (5/7) com discursos de bolsonaristas e ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à defesa dos vândalos que atacaram e destruíram escritórios de edifícios públicos no dia 8 de janeiro. Nos discursos de políticos de direita, há também críticas à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Pautas conservadoras, como a crítica ao aborto legal e a defesa do fim da libertação temporária de presos, apareceram nos discursos.
A Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac), que terá como destaque a presença do presidente Javier Milei, da Argentina, e do ex-presidente Jair Bolsonaro, começou com uma rápida apresentação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, ao lado de seu o pai, entre outros, disse que a direita voltará ao poder.
“Que bom que você veio e não se curvou à censura. Você mostra que não tem medo de quem quer nos calar. ao poder. Não pare, não tenha pressa e não volte atrás”, disse o filho de Bolsonaro.
Em seguida, a primeira-dama Michelle Bolsonaro se pronunciou e afirmou que o PL produzirá o maior número de vereadores e prefeitos nas eleições deste ano e defendeu o marido, negando que ele seja uma pessoa “misógina” e que a prova é que sancionou muitos projetos de defesa de mulheres. Michelle afirmou que a direita está formando novas lideranças e criticou o governo Lula. Ela disse que o país está sendo “mal administrado”.
Ex-ministro do governo Bolsonaro, o ex-deputado Onyx Lorenzoni atuou como mestre de cerimônias na abertura, afirmou que todos os presentes foram fruto da “ousadia de Bolsonaro e Michelle” e incentivou o público a se mobilizar pelo direito de voltar ao poder.
“O Brasil verde e amarelo vai voltar”, disse Lorenzoni.
O evento começou com quase duas horas de atraso e reúne cerca de 3,5 mil participantes, segundo Eduardo Bolsonaro. Todos os assentos disponíveis foram adquiridos.
Entre os convidados internacionais, jornalistas argentinos criticaram Lula e defenderam que Milei não deveria se encontrar com Lula. O presidente argentino não terá agenda com o presidente brasileiro e o contato da Casa Rosa foi feito diretamente com o governo de Santa Catarina, administrado pelo bolsonarista Jorginho Melo, do PL, governador do estado.
“Milei realmente não precisa se encontrar com esse delinquente, corrupto e comunista”, disse um deles.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) também se pronunciou neste trecho da manhã e defendeu os “presos políticos” do 8 de janeiro, termo que apoiadores de Bolsonaro usam ao se referir aos condenados pelos ataques à sede do STF, ao Palácio do Planalto e Congresso Nacional. O parlamentar, que é advogado, criticou a OAB e defendeu eleições diretas na entidade.
“Uma salva de palmas para os advogados que tiveram a coragem de defender nossos políticos perseguidos no dia 8 de janeiro”, disse o parlamentar.
O esperado encontro no palco entre Javier Milei e Bolsonaro deve acontecer na tarde deste domingo (7/7).
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