O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou neste domingo (7/7) a previsão de vitória da esquerda nas eleições legislativas na França. Em postagem nas redes sociais, o presidente do Brasil destacou a importância dos resultados das pesquisas de boca de urna, que mostram uma reviravolta significativa no cenário político francês.
A expectativa inicial após o primeiro turno, dominada pela extrema direita representada por Marine Le Pen, foi alterada no segundo turno com a união estratégica das forças de centro e esquerda. A união não só superou as expectativas, como também deixou a extrema direita em terceiro lugar, demonstrando uma rejeição ao extremismo e apoio ao diálogo e à cooperação entre setores progressistas da sociedade.
“Estou muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas em França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas de hoje. Este resultado, bem como a vitória do Partido Trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre progressistas segmentos em defesa da democracia e da justiça social devem servir de inspiração para a América do Sul”, disse Lula.
A França semipresidencialista prepara-se agora para uma nova configuração política, onde a maioria parlamentar de esquerda e de centro terá o papel crucial de nomear um primeiro-ministro. O movimento determinará a direcção do governo francês e moldará o futuro político do país num contexto internacional.
Durante esta semana decisiva, mais de 200 candidatos do espectro centrista e de esquerda retiraram as suas candidaturas para reforçar as chances dos seus adversários moderados, numa tentativa de bloquear os avanços da extrema direita. Esse movimento estratégico, conhecido como cordon sanitaire, ganhou apoio de figuras públicas como o ex-jogador Raí e o capitão da seleção francesa, Mbappé.
As sondagens de intenção de voto indicam que a coligação de esquerda e centro poderá conquistar uma maioria absoluta de 289 assentos no Parlamento francês, o que lhes garantiria a capacidade de nomear um primeiro-ministro. No entanto, ainda persistem incertezas quanto à participação eleitoral, o que poderá complicar o cenário político de Emmanuel Macron, forçando-o a governar ao lado de um primeiro-ministro da oposição num potencial governo de coabitação.
O sistema semipresidencialista francês permite que o presidente e o primeiro-ministro partilhem responsabilidades, mas uma divisão política entre eles poderia levar à coabitação, uma situação que não se verificava desde 1997, quando Jacques Chirac perdeu o controlo do Parlamento para uma coligação de esquerda. Se as projeções de saída não se confirmarem e a extrema direita vencer, Macron enfrentará a difícil decisão de nomear um opositor, como Jordan Bardella, para o cargo de primeiro-ministro, ou enfrentar uma Moção de Censura no Legislativo.
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