A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal aprovou, na última quarta-feira (07/10), a ampliação do direito à licença-paternidade e a criação do salário-paternidade. A sugestão da comissão foi aumentar gradativamente a licença-paternidade, atualmente de 5 dias, até chegar a 60 dias. O Projeto de Lei 3773/2023 faz parte da Frente Parlamentar Mista pela Licença Paternidade (FPLP), que reúne parlamentares de diferentes perspectivas para regular os processos de licença paternidade.
A comissão aprovou o texto substitutivo da relatora, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que prevê o aumento gradual do tempo de licença-paternidade. A duração será de 30 dias nos primeiros dois anos de implementação da lei; 45 dias no terceiro e quarto ano; e 60 dias após quatro anos de validade. Damares argumenta que o objetivo da prorrogação gradual é evitar o impacto nos cofres públicos. Inicialmente, o projeto previa que a licença-paternidade fosse equiparada ao período de 120 dias da atual licença-maternidade.
O período de licença pode ser dividido em dois períodos, sendo o primeiro imediatamente após o nascimento ou adoção e o segundo período até 180 dias após o nascimento ou adoção. A relatora explica que a possibilidade de parcelamento visa apoiar o retorno das mulheres ao mercado de trabalho.
Para pais de filhos prematuros, a proposta prevê a prorrogação das licenças maternidade e paternidade em caso de necessidade de internação hospitalar. Assim como acontece com as mães, a licença-paternidade também proíbe a demissão por justa causa desde o momento da notificação do empregado até um mês após o término do afastamento. Além de aumentar o prazo, a proposta também prevê a criação do salário-paternidade, que consiste em uma renda mensal igual à remuneração integral do empregado.
Para o autor da proposta, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), a regulamentação é uma forma de responsabilizar os homens pelo cuidado dos filhos. “O grande número de famílias apoiadas e cuidadas exclusivamente pelas mães pode indicar uma falta de responsabilidade dos homens para com os seus filhos. Sem a regulamentação da licença paternidade, é como se os parlamentares estivessem concordando com esse tipo de atitude”, argumentou a parlamentar.
O cofundador da Coalizão Licença Paternidade, Rodolfo Canonico, explica que a participação do pai nos primeiros dias de vida do filho é fundamental para o estabelecimento do vínculo paternidade, além de ser um parâmetro que estabelece a maior participação do homem ao longo da vida do filho . criança. “Os homens também são responsáveis pelos cuidados tanto quanto as mulheres. A legislação que dá às mulheres 120 dias para ficarem com os filhos, enquanto os homens têm cinco dias, está a dizer que quem cuida dos filhos é a mulher, e isso não é verdade”, argumenta.
A Constituição Federal de 1988 prevê a regulamentação da licença-paternidade em uma lei que deveria ter sido instituída, mas nunca o foi. Sem lei específica, a legislação atual permite afastamento de cinco dias para todos os trabalhadores e prorrogação de até 15 dias para empregados de empresas participantes do Programa Empresa Cidadã.
“Infelizmente, há mais de três décadas existe um vazio legislativo, adiando a regulamentação desta matéria tão importante que afeta diretamente mulheres, homens, crianças e adolescentes e cada uma das famílias da nossa sociedade. os parlamentares continuarão apoiando tacitamente a ideia de que só as mulheres têm a obrigação exclusiva de cuidar dos filhos. Estamos aqui para determinar se devemos ou não dar direito à licença paternidade”, declarou a senadora Damares Alves (Republicanas).
Em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a criação de uma lei específica e a regulamentação da licença-paternidade pelo Congresso Nacional em pelo menos 18 meses. Caso o prazo não fosse cumprido, o STF estabeleceria o período de licença paternidade.
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP), presidente da FPLP, comemora a aprovação do projeto e a união de esquerda e direita em apoio à discussão. “Aqui está uma discussão que uniu as empresas à sociedade, o Congresso dialogando respeitosamente com o STF, com cada pessoa reconhecendo seus limites e seu papel. Vemos mulheres da esquerda à direita se unindo, deixando divergências e divergências de lado para falar sobre o que importa .”
O projeto segue para a Comissão de Constituição de Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal.
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado