A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou, nesta sexta-feira, o lançamento do edital que destinará R$ 1,6 milhão ao fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil (OSC) de todo o país que trabalham pela justiça social e no combate ao racismo. O anúncio aconteceu durante visita do titular da pasta à Casa Akotirene, em Ceilândia.
A agenda fez parte da comemoração do Mês da Mulher Negra e começou na sede do projeto Jovem de Expressão, que visa promover a saúde de pessoas entre 18 e 29 anos. Depois, a ministra esteve no quilombo rural Casa Akotirene, onde participou de uma conversa com mulheres negras e anunciou o edital de apoio às entidades.
Segundo Anielle, o objetivo é selecionar 20 organizações da sociedade civil que atuam no combate ao racismo, acolher vítimas de crimes raciais e promover a defesa internacional em mecanismos multilaterais para promover a justiça racial. “Vamos lançar no site do nosso ministério, ainda no mês de julho. A ideia é incluir 20 organizações, cada uma com valor de R$ 80 mil. Sabemos que muitos desses locais sobrevivem com isso ou menos “, afirmou. “Quanto mais pessoas desenvolverem a igualdade em todo o país, mais justiça social será alcançada.”
Na conversa, Anielle explicou que, para participar da seleção, as entidades deverão apresentar os projetos para os quais desejam obter financiamento, detalhando a finalidade e o público-alvo. A iniciativa será uma parceria entre o departamento liderado pelo ministro e a Universidade Federal Fluminense (UFF).
“Nossa jornada só faz sentido porque é coletiva. Nossa jornada só faz sentido se estivermos juntos. Venho da favela da Maré, com muito orgulho, filha de mãe nordestina, que foi para o Rio ainda jovem, com meu pai, e nos ensinou tudo o que somos hoje”, relatou Anielle. “Tudo o que sou hoje devo muito à minha família e por isso sempre gosto, se tem alguém que está nessa batalha há muito tempo, convido a ficar do seu lado, porque sozinho não vamos a lugar nenhum. “
Mulheres empreendedoras e diretoras de projetos sociais de Ceilândia e Sol Nascente estiveram no evento e participaram do bate-papo descontraído com Anielle. “Queremos ver a juventude negra viver, queremos ver os nossos jovens realizarem os seus sonhos, queremos ver as nossas mulheres realizarem os seus sonhos também”, afirmou Joice Marques, gestora da Casa Akotirene.
Também compareceram a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e os deputados distritais Max Maciel (Psol) e Chico Vigilante (PT). Eles destacaram a importância desses espaços, objetos de edital do ministério, e destacaram o protagonismo da Casa Akotirene na vida e na formação dos jovens de Ceilândia e Sol Nascente.
“Aqui é um quilombo na sua essência, na busca pela liberdade, para construir nossos territórios. Aqui é um ponto de construção de tranças para que possamos construir trincheiras para proteger a vida”, destacou Kokay.
Em seguida, o deputado Max Maciel levou o ministro para conhecer pontos históricos de Ceilândia, incluindo a caixa d’água, o Estádio do Abadião e a feira central. “Ceilândia é um lugar que ainda sofre discriminação. Você não poderia dizer que morava em Ceilândia se quisesse trabalhar em Brasília. Portanto, ter a ministra aqui nos ajuda muito, principalmente com todo o trabalho social que ela faz com as mulheres” , disse o deputado Chico Vigilante.
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