Ontem, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou o embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, para consultas sobre a nova situação no relacionamento entre os dois países. Isto porque, desde a chegada de Javier Milei à Casa Rosada, houve um esfriamento no diálogo entre os governos que, no médio prazo, poderá prejudicar uma longa relação diplomática e comercial.
“A ideia é falar sobre questões da relação bilateral, como fazê-la avançar da melhor forma possível, com a atenção que ela merece. Uma relação dessa profundidade que temos com a Argentina. isso não prejudicará o relacionamento. O presidente Lula tem certeza de que o relacionamento entre os dois países deve continuar tão denso e importante como é, independentemente das diferenças de prioridades e visões de mundo”, destacou o embaixador.
Há poucos dias, Milei fez dois gestos que incomodaram o MRE e o Palácio do Planalto. A primeira foi a visita informal ao Brasil para o evento Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) Brasil, evento de extrema direita realizado nos dias 6 e 7 de julho, em Balneário Camboriú (SC) — no qual chegou a se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A segunda foi sua ausência na cúpula do Mercosul, no dia 8, em Assunção —Lula disse então que era “uma imensa bobagem o presidente de um país importante” não participar da reunião e que era “triste para a Argentina”.
Simbolismo
Do ponto de vista diplomático, a convocação de um embaixador “para consultas” indica que existem graves problemas de diálogo entre os países. Bitelli é visto como uma espécie de “bombeiro” na relação entre Lula e Milei e promoveu a aproximação entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e sua homóloga argentina, Diana Mondino. Com bom trânsito entre as atuais autoridades da Casa Rosada, o embaixador organizou o encontro entre o chanceler e Lula, em Brasília, no dia 15 de abril.
Os dois presidentes nunca se encontraram e, apesar da suavização dos canais diplomáticos, não há vontade de realizar uma reunião bilateral. No dia 26 de junho, Lula exigiu desculpas de Milei e o acusou de dizer “muita bobagem”. Dois dias depois, em entrevista à rádio La Nación, o argentino, por sua vez, respondeu elevando o tom.
“As coisas que eu disse são verdade. Qual é o problema em chamá-lo de corrupto? Ele não foi preso por corrupção?” ele respondeu.
Bitelli se reuniu com o chanceler Mauro Vieira e Lula, após almoço com o presidente italiano, Sergio Mattarella. O embaixador se reúne hoje com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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