O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o ex-secretário da Receita Federal José Tostes devem prestar depoimento hoje à Polícia Federal (PF) devido à investigação sobre a chamada Abin Paralela — que investiga o uso da estrutura da Agência Brasileira de Informações para espionar inimigos e adversários durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os dois aparecem no áudio da reunião em que é discutida uma estratégia para blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) na investigação da “rachadinha” — esquema para devolver parte dos salários dos servidores do gabinete, quando ele era deputado federal. deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Na segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo da gravação da reunião ocorrida em 2020. Além de Ramagem, Bolsonaro, o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI ), participou dele. , à qual a Abin está subordinada), Augusto Heleno, e as então advogadas de Flávio, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. A reunião durou 1h08 e foi gravada por Ramagem —que, em vídeo publicado nas redes sociais, disse ter recebido autorização de Bolsonaro para gravar a reunião.
O ex-diretor da Abin propõe a abertura de processo administrativo contra os fiscais da Receita Federal que investigaram o senador, para tentar anular as investigações. Bolsonaro concorda. A estratégia foi colocada em prática e o processo contra Flávio acabou arquivado em 2022.
“O secretário da Receita é um cara muito gente boa”, diz Ramagem, em determinado momento da reunião.
“Ninguém está pedindo favor aqui (inaudível). É o caso de conversar com o chefe da Receita, Tostes”, diz Bolsonaro logo em seguida.
Investigadores da PF destacam que o ex-presidente fala, mais de uma vez, em usar seu cargo para acessar altos funcionários do governo que poderiam ter informações úteis para a defesa. Segundo os investigadores, a Receita Federal chegou a abrir uma investigação interna contra os auditores que coletaram os dados que apontavam para a prática de crack de Flávio.
Bolsonaro sugeriu conversar com Tostes e depois disse que falaria com o então chefe do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) para “resolver o assunto”. Os advogados apontam então que o melhor caminho seria chegar ao chefe da estatal, Gustavo Canuto —que também deverá ser chamado a depor pela PF.
Luciana e Juliana sugerem que o Serpro — que administra o sistema da Receita — poderia determinar se os auditores acessaram os dados de Flávio. Ramagem diz então que Canuto era de outro órgão, mas poderia ser uma forma de obter informações adicionais sobre a investigação.
STF se corrige
O STF se corrigiu ontem e destacou que a decisão de Moraes não proíbe o encontro de Bolsonaro e Ramagem porque são investigados pelo esquema paralelo da Abin. Inicialmente, a Corte informou que a ordem proibia reuniões entre eles. No entanto, ele explicou que a ordem vale para os investigados durante a etapa da semana passada da Operação Last Mile da PF. Nem o deputado nem o ex-presidente estão entre os alvos.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado