Karin Santin*
Pesquisadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, desenvolveram, em fase de testes, um material que permite a impressão 3D de lentes intraoculares, utilizadas no tratamento de cataratas e dos chamados erros de refração, como miopia e astigmatismo . Publicada na Current Eye Research, a pesquisa do grupo liderado por Aram Saeed apresenta resultados de próteses impressas com a nova resina e testadas em cápsula ocular em laboratório. Os cientistas avaliam que a técnica deverá gerar maior agilidade na produção, podendo ser realizada em escala maior que as existentes no mercado e com resultados adaptados às necessidades de cada paciente.
“Nosso objetivo era criar uma resina que atendesse aos padrões existentes, mas acrescentasse maior flexibilidade e capacidade de impressão precisa”, explica Saeed, professor associado de Tecnologia da Saúde, que descreve o novo material como semelhante ao usado em lentes de contato de alta qualidade. , mas desenvolvido a partir de dez anos de pesquisa em implantes oculares.
Segundo o professor, a maior flexibilidade do material utilizado permite que as lentes sejam dobradas e inseridas em cortes menores, diminuindo os impactos da cirurgia e facilitando a cicatrização.
presente
Atualmente, as lentes intraoculares são feitas à base de PMMA, acrílico ou silicone. São substâncias biocompatíveis para cirurgia e proporcionam boa clareza óptica, mas não podem ser aplicadas na técnica de impressão. A impressão com resina flexível permite diferentes formatos de implantes, simplificando a criação de lentes personalizadas de alta qualidade para os pacientes.
“(O material resinoso) possibilita a fabricação de múltiplas lentes com diferentes propriedades e formatos em um único equipamento”, destaca Saeed.
Especialistas dizem que a impressão 3D tem potencial para reduzir o tempo de produção de lentes. As técnicas de moldagem e torneamento utilizadas hoje exigem muito tempo e cuidado na fase de polimento, etapa que seria minimizada pela precisão da impressão 3D.
“Isso significa que o tempo entre o diagnóstico e a cirurgia seria reduzido, agilizando o processo e reduzindo os custos gerais do tratamento”, argumenta Saeed.
Análise
Wilson Hida, chefe do setor de Catarata do Hospital Oftalmológico de Brasília, afirma que, adaptadas à anatomia dos pacientes, as lentes podem levar a melhores resultados visuais nas correções cirúrgicas.
“A tecnologia oferece vantagens em termos de rapidez e customização. Capacidade de produzir lentes que se adaptam especificamente à anatomia do olho de cada paciente e proporcionam maior satisfação”, acrescenta Hida.
Para André Seabra, especialista em catarata do Visão Hospital de Olhos, a técnica de impressão poderia eliminar o uso de lentes pré-fabricadas, uma vez alcançada a capacidade de reprodução em larga escala das lentes feitas com a resina pesquisada.
“Sem dúvida, se conseguíssemos ter uma impressora com alta precisão e alta qualidade, os resultados que alcançaríamos seriam impressionantes, pois não ficaríamos presos a lentes pré-fabricadas. Poderíamos personalizar para o grau específico de cada paciente”, explica. Seabra.
Acessibilidade
Com base nos dados de 2021 do Relatório de Visão Mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS), esta tecnologia poderia tornar o tratamento mais acessível em todo o mundo para cerca de 65,2 milhões de pessoas que sofrem de catarata e 123,7 milhões de pessoas diagnosticadas com erros de refração, como miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia.
Desenvolvida pensando na reprodução industrial, a impressão 3D com a nova resina ainda deve passar por ajustes para garantir a padronização das lentes para produção em larga escala. A equipe de pesquisa responsável já busca parcerias na indústria que viabilizem esse processo.
Os novos testes deverão ser realizados antes de passar para a fase de aplicação clínica em pacientes, o que poderá ocorrer nos próximos três anos. “Tal como acontece com qualquer nova tecnologia, é crucial verificar e refinar cuidadosamente as lentes com testes clínicos para garantir a máxima segurança e eficácia. Estamos empenhados em testes faseados”, afirma Saeed.
*Estagiária sob supervisão de Renata Giraldi
Visão opaca
Com o diagnóstico de catarata, a pessoa passa a ter a visão opaca, problema causado pela perda de transparência do cristalino — parte do olho localizada atrás da pupila e responsável por regular o foco da imagem. É uma consequência comum do envelhecimento, mas também pode ser causada por traumas, certos tipos de medicamentos, exposição excessiva à luz solar, diabetes ou ser congênita. (KS)
Erros refrativos
Dizem respeito a uma série de condições em que a imagem não é formada com o foco correto na retina devido ao formato ou comprimento anormal do globo ocular. Este grupo inclui miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.
Preste atenção na sua escolha
Na cirurgia de catarata é fundamental a escolha cuidadosa e correta da lente a ser utilizada. Durante a operação, a causa da visão turva, que é o cristalino danificado, é removida. Pacientes que passaram pela experiência relatam enxergar com clareza e sem necessidade de óculos. O cirurgião faz incisões microscópicas para retirar a catarata e, logo em seguida, os fragmentos da doença são retirados e aspirados por meio de equipamento ultrassônico.
A lente intraocular – escolhida de comum acordo entre paciente e médico – é colocada. Especialistas fazem recomendações para o pós-operatório em relação aos cuidados de higiene. A orientação é evitar peso, nadar em piscinas e no mar por pelo menos um mês, além de tocar nos olhos, não dormir sobre o lado operado, na tentativa de evitar que o olho corra risco de ser afetado em qualquer caminho.
Uma vez decidida a cirurgia de catarata, o paciente será avaliado com base em suas necessidades visuais específicas, expectativas pessoais e resultados de exames oftalmológicos. A lista de exames vai desde acuidade visual a laser (PAM), ecobiometria ocular, microscopia especular de córnea, retinografia e topografia ou tomografia de córnea, além de ultrassonografia ocular.
Atualmente, quatro tipos de lentes são mais comumente usados para cirurgia de catarata: intraocular monofocal tórica, intraocular monofocal não tórica, intraocular multifocal tórica e intraocular multifocal não tórica. A escolha depende se o paciente tem dificuldade para enxergar perto, longe ou ambos, e se utiliza graus baixo, médio ou alto. A definição deve ser feita com o oftalmologista. (KS)
Cuidados especiais
“A escolha é feita de acordo com as funções diárias e de trabalho do paciente, existem lentes intraoculares de excelente qualidade e com funções diferenciadas. Cabe ao oftalmologista decidir junto com o paciente a melhor opção. ficará sem examinar também o estado da retina e da córnea Pacientes com comorbidades, como diabetes, hipertensão ou doenças oculares, como glaucoma, uveíte, degeneração retiniana, entre outras, necessitam de controle adequado antes e após a cirurgia e podem não ter. benefício com algumas lentes intraoculares É importante conversar previamente com seu médico de confiança para esclarecer quaisquer dúvidas.”
Oftalmologista Núbia Vanessa, do Centro Brasileiro da Visão (CBV) — Hospital dos Olhos
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