Em um cenário de aumento constante de ataques contra corporações, a adoção de seguros cibernéticos pelas empresas no Brasil está em ascensão. Segundo estudo da ManageEngine, 63% das empresas brasileiras que sofreram ataques em 2023 ativaram seus seguros. O índice coloca o Brasil em segundo lugar na América Latina, ao lado da Argentina e atrás apenas do México, que registrou 65%.
A pesquisa da ManageEngine, conduzida pela Dimensional Research, abrangeu quatro países latino-americanos: Brasil, Argentina, Colômbia e México. Foram entrevistados 705 profissionais de segurança cibernética e líderes de TI de organizações de diversos portes.
O estudo, realizado em janeiro de 2024, investigou os principais desafios de segurança cibernética enfrentados pelas empresas e o impacto da inteligência artificial na detecção e prevenção de ataques cibernéticos.
Seguro cibernético e desafios
Os resultados da pesquisa indicam uma maturidade digital das empresas brasileiras em relação às suas estratégias de segurança cibernética. O gerente técnico da ManageEngine, Tonimar Dal Aba, destaca que o cenário de segurança cibernética no Brasil está evoluindo: “As empresas enfrentam riscos maiores, mas também estão mais preparadas para adotar soluções inovadoras, proteger seus ativos e mitigar riscos de forma eficaz”.
Apesar deste avanço, a obtenção de seguro cibernético ainda enfrenta obstáculos. A pesquisa mostra que apenas 48% das empresas relataram facilidade no processo de aquisição de apólices, enquanto 12% o consideraram complexo.
As principais dificuldades incluem a aplicação de políticas claras de segurança e controlo de acesso (69%), a avaliação e gestão de riscos (67%) e a adesão às normas de proteção de dados (66%).
Além disso, outros desafios destacados incluem a necessidade de formação constante dos colaboradores (58%), a criação de planos de resposta a incidentes cibernéticos (44%) e a falta de violações anteriores (35%).
Solicitações negadas
O estudo revela que das empresas que solicitaram seguro cibernético após um ataque, apenas 6% tiveram seus pedidos negados. A principal causa de recusas foi a demora na realização do procedimento (42%), seguida da dificuldade em demonstrar as medidas de segurança adotadas (25%).
A falta de evidências de planos de resposta a incidentes e cláusulas de exclusão nas apólices foi responsável por 17% das recusas.
Padrões de proteção de dados
A pesquisa revela ainda que 81% das empresas brasileiras já estão em conformidade com as normas locais e internacionais de proteção de dados. No entanto, ainda existem desafios, como a falta de ferramentas adequadas e de relatórios de conformidade.
“Embora os padrões regionais se tornem mais robustos e exijam adaptação, parâmetros semelhantes também podem ser necessários para definir uma política”, afirma Tonimar Dal Aba. “O resultado é a necessidade de melhoria contínua nos processos e soluções eficazes de gestão de TI, garantindo assim maior proteção dos sistemas internos e dos dados dos clientes”, finaliza.
A análise sobre a adoção de seguros cibernéticos surge em um cenário crescente de ameaças digitais no Brasil. Um estudo recente revelou um aumento de 38% nos ataques cibernéticos no país no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.
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