Nas redes sociais, viralizou um vídeo em que um técnico de radiologia mostra o poder dos ímãs de um aparelho de ressonância magnética, com uma tesoura sendo fortemente atraída pelo ímã. As imagens reforçam que esta máquina pode ser perigosa, mas apenas para quem não segue as normas de segurança. Às vezes, o que era para ser um simples exame pode acabar em tragédia.
Antes de qualquer explicação sobre o funcionamento dos aparelhos de ressonância magnética, vale alertar: preste muita atenção ao que os profissionais de saúde orientam antes de iniciar o exame. Você não deve entrar na sala com objetos de metal, por exemplo.
Quando essas normas não são respeitadas, podem ocorrer fatalidades. Por exemplo, no ano passado, um homem de 40 anos morreu em consequência de um acidente desse tipo em São Paulo. Ele entrou na sala de ressonância portando uma arma enquanto acompanhava a mãe durante o exame. Quando os ímãs foram ativados, ele foi atingido por uma bala de sua própria pistola. Incidentes graves com brinquedos sexuais também foram relatados.
Como funciona a ressonância magnética?
As máquinas de ressonância magnética usam ímãs poderosos, com potências de 1,5 tesla ou 3 tesla, que criam campos magnéticos. Em particular, estes ímanes provocam o alinhamento dos protões de hidrogénio, presentes nos tecidos moles (ricos em água e/ou gordura).
Paralelamente, ondas de radiofrequência são liberadas na parte do corpo que está sendo analisada, atrapalhando esse alinhamento. À medida que os prótons se movem, eles emitem sinais (ondas de rádio) e estes são capturados por softwares, capazes de transformar esses dados em imagens.
O procedimento é altamente seguro e não expõe os pacientes à radiação ionizante, perigosa ao corpo humano. “Não há riscos biológicos conhecidos na ressonância magnética porque, ao contrário dos raios X e da tomografia computadorizada, a ressonância magnética utiliza radiação na faixa de radiofrequência, que é encontrada ao nosso redor e não danifica os tecidos ao passar”, reforça estudo publicado na revista BMJ.
Cuidado com objetos metálicos
No entanto, as regras de segurança são importantes por causa dos ímãs. Portanto, é necessário evitar objetos metálicos “perigosos”, pois podem se comportar como projéteis. Isso inclui tudo, desde clipes a correntes, cartões com tarja magnética, piercings e brincos.
No caso de pacientes portadores de dispositivos eletrônicos implantáveis, como marca-passos ou clipes de aneurisma, é preciso confirmar se é seguro realizar o procedimento — em alguns casos, é necessário recorrer a outros exames médicos.
Pessoas que fizeram tatuagens ou maquiagem definitiva recentemente podem ser impedidas de fazer uma ressonância magnética. Por outro lado, aparelhos ortodônticos comuns ou fragmentos metálicos presos no corpo podem não representar risco.
Fonte: BMJ
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