A Europa continua a ser um dos destinos preferidos para viagens internacionais, seja pela sua diversidade cultural, história ou paisagens deslumbrantes. Milhões de pessoas são atraídas anualmente pelos seus cartões postais icônicos, como a Torre Eiffel, na França; o Coliseu, em Roma; as praias da Costa Amalfitana, na Itália; e os becos aconchegantes de Barcelona, na Espanha. No entanto, o turismo de massa no velho continente, que gerou cerca de 500 mil milhões de euros no ano passado, está a causar efeitos secundários que preocupam tanto os residentes locais como os especialistas do sector. Diante disso, o Hurb destaca a alternativa do turismo sustentável para o mercado europeu.
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Nas cidades mais visitadas do continente, a chegada constante de turistas tem trazido desafios que vão além da superlotação dos atrativos turísticos. O aumento dos aluguéis e os preços astronômicos na compra de propriedades afetam diretamente a qualidade de vida dos residentes, impactando o custo de vida de forma ainda mais ampla. As pequenas empresas e os negócios locais desaparecem, sendo substituídos por lojas de souvenirs e cadeias internacionais. Além disso, a utilização intensiva de recursos naturais coloca o ambiente em risco, ameaçando a sustentabilidade a longo prazo destas regiões.
Em Lisboa (Portugal), por exemplo, o problema é o descompasso entre o mercado de arrendamento e as necessidades dos residentes, levando as cidades a restringir novas licenças de arrendamento através de plataformas como a Airbnb. Em Palma de Maiorca (Espanha), a solução foi impor um período de proibição de arrendamento turístico. Em Barcelona, o aumento de mais de 60% nas rendas nos últimos dez anos levou a cidade a adotar medidas drásticas, como o fim das licenças para cerca de 10 mil apartamentos de férias até 2028. Em Veneza (Itália), para Para reduzir a poluição e o excesso de turistas, navios de grande porte estão proibidos de atracar no centro da cidade desde 2021.
Para se ter uma ideia, os turistas internacionais deverão gastar um recorde de 800 mil milhões de euros na Europa este ano, o que representa um aumento de 37% em comparação com os níveis pré-pandemia, segundo uma estimativa da Comissão Europeia de Turismo (CET). Porém, a economia local, apesar de fortalecida pelo fluxo de visitantes, não distribui seus benefícios de forma equitativa, pois o setor aéreo, as grandes redes hoteleiras, as empresas internacionais e a indústria de cruzeiros são os que mais faturam. Embora o turismo represente 10% do PIB da União Europeia, muitos residentes das zonas mais turísticas não veem este retorno financeiro, sentindo-se cada vez mais marginalizados nas suas próprias cidades, gerando insatisfação e revolta na população local.
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Diante deste cenário, o turismo sustentável surge como uma alternativa necessária e urgente. Esta abordagem visa minimizar os impactos negativos do turismo de massa, promovendo práticas que respeitem o ambiente, a cultura local e que beneficiem a economia das comunidades. A modalidade prioriza a preservação dos recursos naturais, apoia o comércio local e garante que os moradores também possam se beneficiar economicamente com a presença dos turistas.
Iniciativas como a limitação do número de visitantes a determinadas atrações turísticas, a promoção de destinos alternativos e menos explorados, bem como o incentivo ao turismo fora da época alta, estão a ganhar força em diferentes partes da Europa. Estas práticas, alinhadas com princípios de sustentabilidade, visam proporcionar uma experiência mais autêntica aos visitantes e um impacto mais positivo aos residentes.
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O turismo sustentável, portanto, não é apenas uma tendência passageira, mas uma necessidade crescente num mundo limitado por recursos finitos, cujas comunidades locais devem ser respeitadas e valorizadas. A Europa, com o seu papel de líder mundial no setor do turismo, tem a responsabilidade de mostrar que é possível conciliar a atração de visitantes com a preservação do seu património natural e cultural para as gerações futuras.
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