Experiência de conexão – O evento que acontece em Gramado, no Rio Grande do Sul, nesta semana, teve em suas manhãs apresentações de conteúdo de destinos que possuem produtos de origem e destinos turísticos que entendem a importância dos pequenos produtores e da humanização da experiência turística.
Hulda Oliveira Giesbrecht, Coordenadora de Negócios de Base Tecnológica do Sebrae Nacional, explicou que a importância das indicações geográficas está alocada à área de inovação do Sebrae e que entende a Indicação Geográfica como um ativo de propriedade intelectual por acessar os mercados de forma competitiva. Nesse sentido, o Sebrae oferece a plataforma Sebrae Origens, que visa transformar os pequenos negócios da agricultura familiar.
Higor Freitas, Gerente Executivo da Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan), apresentou o processo histórico do queijo na região da Serra da Canastra. O trabalho de reconhecimento do queijo e profissionalização do processo produtivo foi uma alternativa para minimizar o êxodo rural na região. A cidade de São Roque, por exemplo, sofreu uma redução populacional de aproximadamente 40% entre as décadas de 1960 e 1990. Este investimento e estudo do produto queijo Serra da Canastra culminou na fundação de uma Associação de Produtores em 2005, a Aprocan, no reconhecimento como patrimônio do IPHAN pelo seu método de produção, no lançamento e registro da marca e consequentemente nas premiações e medalhas já conhecidas e reconhecidas pelo grande público. Com a produção não tão grande, Higor entende que o queijo não é apenas uma commodity da região e precisa ser trabalhado também como um valor agregado, e é aí que entra o turismo.
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A manhã de conteúdo contou ainda com palestras de Rogério Ruschel, publicitário, professor universitário, escritor e especialista em marketing e comunicação, Giovana Ulian, engenheira civil e doutora em planejamento urbano, CEO da Biossplena Regeneração Urbana; Bernardo Ibargoyen, Empreendedor, Fundador da PMPRS – Plataforma que valoriza produtores em escala limitada de alta qualidade, Idealizador do Projeto Produtores Gaúchos Unidos RS e Marcos Livi, Graduado em Gastronomia pelo renomado Castelli, formado como Chef de Cozinha pelo Senac , trouxe a cultura gaúcha para São Paulo, com Veríssimo, Quintana, Brique, Napoli, Central e FFBurguer. Em sua cidade natal, São Francisco de Paula – Serra Gaúcha, revitalizou um dos hotéis mais antigos da região – o Parador Hampel, onde oferece uma “viagem gastronômica” pelo Restaurante Ana Terra e pelo icônico A Ferro e Fogo, onde a churrascaria é usado com ciência para preparar sabores incríveis.
Abrindo experiência de conexão
A cerimônia de abertura aconteceu na noite de quarta-feira (28) no Palácio dos Festivais, em Gramado e contou com a presença de diversas autoridades da agricultura, turismo e empreendedorismo, mostrando a importância da união desses setores.
Eduardo Zorzanello, CEO do evento, comemorou o aumento da participação dos produtores neste ano (em 2023 foram 27 GIs presentes e agora serão 51) e destacou a importância do tema.
“Ficamos apaixonados por tudo que o tema representa, tudo que impacta, tudo que transforma. As IG transformam vidas, transformam comunidades. Quando falamos de IG estamos falando de arte, estamos falando de cultura, estamos falando de conhecimento, de atividades humanas. Essa mistura entre elementos naturais e a mão humana, que é algo único. Então hoje, podem ter certeza, estamos muito felizes por estarmos tratando de um evento completo, único e que realmente tem um potencial enorme de crescimento”, comemorou.
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O evento, que acontece em um ano de dificuldades para todo o estado após as enchentes de maio no Rio Grande do Sul, foi comemorado como um ato de resistência e otimismo. “Nunca desistimos, certo? Essa palavra não existe. Nós não desistimos. Nós temos força. Somos resilientes. Nosso olhar está sempre voltado para o futuro. E aqui, hoje, a partir de hoje, no coração de Gramado, estamos unindo o Brasil de ponta a ponta”, disse Marta Rossi, CEO do evento, que é um dos primeiros eventos do setor a ser realizado após a tragédia climática .
O secretário de Turismo de Gramado, Ricardo Bertolucci reforçou que “Rossi e Zorzanelo tiveram todos os motivos para desistir e recuar, mas não desistiram”, a respeito das chuvas que comprometeram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. Ele também citou a importância do turismo para a cidade, já que 86% da economia de Gramado vem do turismo, no município de 40 mil habitantes.
Claudia Mara, secretária de turismo do estado do RS, declarou que “nossos saberes e práticas são o nosso poder. O casamento da agricultura com o turismo é a transformação do setor e a movimentação da economia no estado”.
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